The use of strategic alliances in the internationalization of small and medium-sized enterprises: a case study in a Brazilian information technology enterprise/A utilizacao de aliancas estrategicas na internacionalizacao de pequenas e medias empresas: estudo de caso em uma empresa brasileira de tecnologia da informacao/La utilizacionde alianzas estrategicas enla inter nacionalizacionde pequenas...

AutorKrakawer, Patricia Viveiros de Castro
CargoArtigo--Administracao Geral
  1. INTRODUCAO

    A globalizacao e a maior competicao mercadologica tem impulsionado empresas de diversos setores a ampliar seus mercados, ate mesmo internacionalmente. Ambientes mais competitivos e dinamicos sujeitam as empresas a procurar alternativas de crescimento, e a internacionalizacao e utilizacao de aliancas estrategicas sao opcoes a serem consideradas.

    Muitos sao os motivos que impulsionam as empresas a buscar o mercado externo. No caso de empresas de tecnologia da informacao, a acirrada competicao no mercado interno, em busca de um diferencial competitivo, e um deles, conforme Sohn, Aperstedt e Cunha (2004).

    Deve-se considerar que o aumento da competicao e a globalizacao favorecem a especializacao das empresas, que, assim, buscam sua competencia essencial (PRAHALAD; HAMEL, 1990). Aliancas estrategicas vem ao encontro dessa pratica quando proporcionam um complemento das competencias empresariais, agregando maior valor para o cliente.

    Armando e Fischmann (2004) entendem que a maior competitividade da economia global, a qual impulsiona as empresas ao mercado internacional, e um dos fatores que motivam o estabelecimento de aliancas estrategicas, facilitando o acesso a novos mercados e permitindo maior competitividade.

    Segundo Silva e Pereira (2008), a cooperacao entre empresas aumenta o nivel de conhecimento tecnico e possibilita a superacao dos limites organizacionais, trazendo maior seguranca as empresas inseridas em um ambiente de constantes mudancas. Seguranca tambem e importante quando se pensa em internacionalizacao, uma vez que novos mercados, em geral, possuem caracteristicas diversas das existentes no pais de origem da empresa, o que dificulta o seu acesso a esse mercado e aumenta o risco do negocio, conforme argumentam Freeman, Edwards e Schroder (2006).

    Portanto, aliancas estrategicas podem beneficiar empresas que buscam diferenciar-se por meio da estrategia de internacionalizacao. Conforme afirmam Lorange e Roos (1996), as aliancas estrategicas possuem um importante papel nos negocios internacionais em razao da necessidade de adaptacao das empresas as demandas locais e porque viabilizam projetos de empresas de diversos tamanhos.

    No entanto, mercados globais e processos de internacionalizacao sao temas voltados a grandes organizacoes, razao pela qual estudos empiricos focados em pequenas e medias empresas (PMEs) ainda sao desafiadores, conforme constatado por Freeman, Edwards e Schroder (2006).

    No presente estudo, buscou-se compreender como aliancas estrategicas podem facilitar a internacionalizacao de pequenas e medias empresas brasileiras, sendo a base para uma operacao com custo e estrutura reduzidos. Dois aspectos foram enfatizados: os criterios para selecionar parceiros e as vantagens e desvantagens do uso de aliancas para a internacionalizacao, considerando-se seus pontos fortes e fracos. Para tal, utilizaram-se os criterios assinalados por Kanter (1994).

    Diante desse contexto e considerando a importancia economica e social que as PMEs tem para o pais, a analise proposta contribui para que empresas de menor porte visualizem a possibilidade de ampliar seu mercado internacionalmente com custo reduzido, aumentando sua competitividade.

  2. FUNDAMENTACAO TEORICA

    Neste estudo, considerou-se a fundamentacao teorica como o alicerce para a estruturacao da pesquisa de campo. Foram levantados dados secundarios sobre aliancas estrategicas, internacionalizacao e contextualizacao de pequenas e medias empresas.

    2.1. Aliancas Estrategicas

    Aliancas estrategicas sao tema de diversos artigos academicos, em razao de sua importancia atual como opcao estrategica para as organizacoes inseridas em um mercado globalizado e competitivo. Essas aliancas sao definidas por Kanter (1994) como relacoes entre empresas independentes para obter colaboracao mutua e potencializar oportunidades.

    Gulati (1998) tambem define aliancas estrategicas como arranjos empresariais voluntarios relacionados a troca, compartilhamento e desenvolvimento conjunto de tecnologias, produtos e servicos. Kanter (1994) afirma ate mesmo que possuir um parceiro estrategico de excelencia e um dos principais bens corporativos, porque gera para as empresas uma significativa competitividade, ou vantagem colaborativa, conforme denominacao da autora.

    Para Armando e Fischmann (2004), varios sao os tipos de aliancas, dentre os quais as estrategicas, que sao as mais comuns e se referem as relacoes informais de longo prazo que permitem o compartilhamento mutuo de pontos fortes, informacoes e vantagens. Barbosa, Zilber e Toledo (2009) sugerem que varias sao as caracteristicas das aliancas estrategicas entre empresas, como maior flexibilidade, foco nas competencias essenciais e reducao da necessidade de verticalizacao, bem como menor custo nas operacoes.

    A selecao dos parceiros e uma etapa critica no processo, conforme apontam varios autores, dentre os quais Kanter (1994) e Doz e Hamel (2000). Gulati (1998) sugere que a selecao de parceiros estrategicos deve levar em conta a dependencia entre as empresas inseridas em um mesmo ambiente, uma vez que uma deve ter competencias complementares a outra. Lorange e Roos (1996) tambem destacam a importancia da selecao dos parceiros, em razao da necessidade de habilidades especiais para a formacao da alianca. Para esses autores, trata-se de uma importante ferramenta competitiva.

    Varios sao os requisitos para que, segundo Kanter (1994), os riscos de insucesso sejam minimizados. Para a autora, devem ser considerados alguns criterios anteriores a decisao da parceria, os quais denominou de 8 Is, conforme apresentado no Quadro 1.

    Com relacao as vantagens das aliancas estrategicas, Ferreira e Barcellos (2006) citam o compartilhamento dos recursos, capacidades e competencias, melhor acesso ao mercado e ao conhecimento da demanda, bem como melhor gestao e controle. Sugerem ainda, como desvantagens, a alocacao de recursos especificos, maior rigidez nas estruturas organizacionais e a reducao do controle gerencial.

    Doz e Hamel (2000) comentam que varios sao os beneficios, os quais dependem do proposito da alianca. Citam, de forma generalista, a criacao de novos mercados, novas oportunidades pela combinacao de habilidades e recursos e a construcao de novas competencias. Afirmam que se posicionar estrategicamente e buscar maior competitividade sao os principais objetivos das empresas ao formarem aliancas estrategicas.

    Com relacao a limitacoes impostas pelo uso de aliancas estrategicas, Armando e Fischmann (2004) afirmam que um dos problemas dessa pratica e a dependencia que pode surgir com esse relacionamento, diminuindo os esforcos empresariais em busca de aprimoramento.

    Observa-se que algumas das caracteristicas citadas acima vao ao encontro de empresas que buscam se internacionalizar, principalmente no que se refere aos objetivos de ter acesso a novos mercados, melhor conhecimento da demanda e aumento da competitividade.

    Nesse contexto, aliancas estrategicas tambem podem ser a base para processos de internacionalizacao de empresas que buscam em um parceiro local um facilitador para sua entrada no novo mercado, conforme apontam Freeman, Edwards e Schroder (2006).

    2.2. Internacionalizacao de Pequenas e Medias Empresas (PMEs)

    Internacionalizacao e um tema discutido por diversos autores por sua importancia na atualidade. E fato que o crescimento das empresas em direcao a mercados externos tem tido um importante lugar nos estudos empiricos, o que denota seu valor. Para Sohn, Aperstedt e Cunha (2004), a globalizacao da economia alterou a forma de operacao das empresas de diversos setores, que buscam se adequar a essa nova realidade, isto e, aumentar sua participacao em mercados estrangeiros.

    Alem da globalizacao, as empresas enfrentam a experiencia da internacionalizacao. Deresky (2003 apud JUSSANI, 2009) descreve a internacionalizacao como um processo pelo qual uma empresa gradualmente se modifica em funcao da competicao internacional, da saturacao dos mercados domesticos e da necessidade de expansao, de novos mercados e de diversificacao.

    Johanson e Vahlne (1977), porem, defendem a ideia de que o processo de internacionalizacao acontece de forma incremental, de acordo com o conhecimento adquirido no mercado estrangeiro. Consideram que a internacionalizacao e consequencia mais de ajustes incrementais do que de estrategias especificas. Dessa forma, pode-se considerar que a alianca estrategica tem um importante papel, pois proporciona maior conhecimento do mercado e a...

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