A territorialidade da política pública dos medicamentos genéricos no brasil - 2000/2017

AutorEduardo Manhães - Lia Hasenclever
CargoBacharel em Economia - Bacharel em Economia
Páginas987-1008
Artigo recebido em: 20/07/2018 Aprovado em: 15/10/2018
DOI: http://dx.doi.org/10.18764/2178-2865.v22n2 p987-1008
A TERRITORIALIDADE DA POLÍTICA PÚBLICA
DOS MEDICAMENTOS GENÉRICOS NO
BRASIL - 2000/20171
Eduardo Manhães1,
Lia Hasenclever2
Resumo
O objetivo deste artigo é caracterizar a dinâmica territorial da indústria farma-
cêutica decorrente da política pública dos medicamentos genéricos no Brasil no
período entre 2000 e 2017. A metodologia baseou-se em pesquisa bibliográfi ca
e localização georrreferenciada da indústria nestes dois momentos do tempo.
Os principais resultados mostram que a produção de genéricos cresceu sig-
nifi cativamente no período referido, fortalecendo a indústria farmacêutica de
capital nacional e promovendo desconcentração relativa aos grandes centros de
São Paulo e Rio de Janeiro.
Palavras-chave: Desenvolvimento, indústria farmacêutica, política de genéri-
cos, distribuição territorial.
1 Bacharel em Economia, Doutorando em Planejamento Regional e Gestão da Cidade
pela Universidade Cândido Mendes (UCAM), Professor Assistente no Departamento
de Economia e Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional
da Universidade Federal Fluminense (UFF). E-mail:
jedums@hotmail.com
/
Universidade Federal Fluminense - UFF: Rua José do Patrocínio, 71, Centro, Campos dos
Goytacazes - RJ. CEP: 28015-030.
2 Bacharel em Economia, Doutora em Engenharia da Produção pelo Instituto Alberto Luiz
Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE) da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), Professora Colaboradora Voluntária Instituto de Economia da
UFRJ e Universidade Cândido Mendes (UCAM) - Campos dos Goytacazes. E-mail:
lia@
ie.ufrj.br
/ Endereço: Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ: Avenida Pasteur,
250, Palácio Universitário, Campus da Praia Vermelha, Urca, Rio de Janeiro, RJ.
CEP 22.290-902; Universidade Cândido Mendes - UCAM: Campos Rua Anita Peçanha,
100 – Pq. São Caetano –
Campos dos Goytacazes
, RJ. CEP: 28030-335.
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Eduardo Manhães | Lia Hasenclever
THE TERRITORIALITY OF THE PUBLIC POLICY OF
GENERIC MEDICINES IN BRAZIL - 2000/2017
Abstract
The objective of this article is to characterize the territorial dynamics of the
pharmaceutical industry resulting from the public policy of generic medicines
in Brazil in the period between 2000 and 2017. The methodology was based on
bibliographical research and georeferenced location of the industry in these two
moments of time. The main results show that the production of generics increa-
sed signifi cantly in this period, strengthening the pharmaceutical industry with
national capital and promoting of concentration relative to the great centers of
São Paulo and Rio de Janeiro.
Key words: Development, pharmaceutical industry, generic policy, territorial
distribution.
1 INTRODUÇÃO
Um processo de industrialização no Brasil iniciou-se a partir
da década de 1930 com a instauração do Programa de Substituição
de Importações - PSI no Governo Getúlio Vargas (1930/1945) e for-
talecido, na década de 1950, com o Plano de Metas, Governo Jusce-
lino Kubitschek (1956/1961), esse signifi cativamente infl uenciado
pelas concepções Furtadiana/Cepalina (DINIZ, 2009), que ampliou
o projeto de estabelecimento de uma economia industrial no País.
Ao m da década de 1970, devido aos investimentos dire-
cionados ao assentamento, não só as indústrias de bens de capital,
de bens intermediários e de infraestrutura energética e logística, a
matriz industrial brasileira já se percebia mais solidamente estabele-
cida, o que viabilizou sua ampliação.
A partir da adesão às propostas neoliberais, constantes no
Consenso de Washington (1989), o Brasil altera seu posicionamento,
até então protecionista, em relação aos setores econômicos nacionais
e, consequentemente, a sua relação com a economia mundial. Essa
mudança fez com que os setores econômicos produtivos se reposi-
cionassem frente às novas demandas e parâmetros globais que se
descortinavam.
Nesse sentido, o Estado implementa um amplo programa de
privatizações, possibilitando a entrada de empresas e produtos es-
trangeiros, este último devido à remoção de barreiras alfandegárias,
marcando assim o encerramento do PSI.

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