Nuanças do totalitarismo
Autor | Wladimir Novaes Martinez |
Ocupação do Autor | Advogado especialista em Direito Previdenciário |
Páginas | 56-60 |
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"El totalitarismo no puede renunciar a la violencia. Si lo hiciera, perecería. La eterna, ininterrumpida violência, directa o mascarada, es la base del totalitarismo" (disse Vasili Grosman).
Um estado despótico reclama um líder com algum carisma; ele deverá deter a capacidade de inluenciar as pessoas, mais através dos discursos grandiosos, porém evasivos, do que pelas ações.
Prevalece num universo de analfabetizados, seres compassivos e acomodados: ele desfruta de vontade ativada e direcionada ao poder, a única coisa que deseja em toda a sua vida. Com alguma coragem pessoal.
Cada um deles, amordaçado por um motivo real e subjetivo que não exporá nunca. Dizem que Francisco Franco foi o que foi porque teria levado um tiraço certeiro no escroto, em Marrocos, e se sentia homem inválido.
Embora seja um homem forte, geralmente destemido, ele chama para o concílio um gênio da política, que permanecerá satisfatoriamente numa obscuridade total, essa iminência parda dando-lhe os conselhos de pai para ilho.
Esse conidente parecerista não poderá ser conhecido, exceto quando ele resolver escrever a bela e enaltecedora autobiograia do titular do poder a que no fundo do seu coração inveja e tem muita admiração. Seu ídolo é o que ele não pode ser.
Um personagem e tanto e que deveria ser mais bem estudado, capaz de subtrair de todos os observadores sua verdadeira personalidade.
De regra, o mando totalitário é alcançado sob uma ação violenta. Raramente segue a via democrática. No caso de Adolf Hitler, a coisa se deu ao contrário, ele foi eleito, depois nomeado como Chanceler, e teve a coragem de montar um estado policial que sustentou a virulência pessoal da sua insânia. Ai de quem o contraditou nessa carreira vitoriosa que começou em 1933 na nova Alemanha.
Para se elevar ao poder supremo um líder precisa de um braço armado. Sem o empenho de uma eventual guerra civil ele não lograria vencer as resistências que possam se opor nessa disputa tão acirrada.
Não quer dizer que ele se mantenha aliado aos militares, muitos deles enganados por uma oratória grandiloquente, ludibriante, convincente e anestesiante.
Embora dissociado do povão russo, sem as forças armadas do Exército Vermelho do seu lado, que a apoiou com respeitável êxito, não teria sido possível a revolução russa.
Sua falsa democracia consagra-se com um único partido; dessa organização sob o domínio provêm os militantes e quadros necessários para prosperar o seu plano de um controle absoluto das pessoas que compõem uma sociedade.
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Alguém que queira crescer politicamente sabe que, primeiro, terá de pertencer ao partido do governo; caso contrário, mesmo possuindo os méritos não deixará a planície e falecerá sem se aproximar do planalto ambicionado.
Como não logra controlar todo o país, carece de ajudantes devotados ao chefete e ocupando os principais cargos da gestão.
As mais importantes funções são atribuídas aos mais coniáveis dos seus amigos que jamais o irão trair, porque têm medo e são...
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