Os múltiplos olhares da História
Autor | Alexandre Busko Valim - Marcio Roberto Voigt |
Cargo | Editor - Editor |
Páginas | 265-267 |
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DOI: http://dx.doi.org/10.5007/2175-7976.2018v25n40p265
Os múltiplos olhares da História
The multiple glances of History
A capa deste número da Esboços é uma composição elaborada a partir
da fotomontagem Bouquet of Eyes (1930), de Hannah Hoch (1889-1978).
Considerada precursora da fotomontagem, Hoch também foi uma intelectual
feminista importante a partir da República de Weimar, quando sua arte passou
a abordar como as dicotomias são estruturadas socialmente e qual o lugar dos
discursos políticos nestas construções. Os temas e problemas da artista dadaísta e
intelectual alemã, elaborados há quase 90 anos, permanecem perturbadoramente
atuais. Se há pouco, muitos intelectuais das humanidades expressavam suas
preocupações acerca da polarização política no país, da supercialidade em
perspectivas conservadoras e alinhadas a movimentos e políticos de Direita,
hoje as avaliações relativas à um recrudescimento destas questões estão bem
mais adensadas. Os múltiplos olhares lançados por historiadores e historiadoras
sobre os retrocessos, divergências, desaos e soluções para os problemas
nacionais nas últimas décadas vão ao encontro de como Hoch buscava uma
perspectiva crítica capaz de encorajar a libertação e ação das mulheres em
um momento de grave crise política e social. Os trabalhos neste número
representam bem a vitalidade, diversidade e vigor crítico das humanidades em
um momento delicado, de ataque aos Direitos Humanos, desprezo por pessoas
em situação de vulnerabilidade social e de tentativas sistemáticas de interdição
das lutas contra privilégios de grupos dominantes. No artigo Da segurança
à cobiça: um breve relato da transição dos argumentos abolicionistas nas
propostas legislativas no Parlamento, que abre essa edição, Guilherme Del
Negro discute como os debates legislativos no parlamento brasileiro sobre
a proibição do tráco e a abolição da escravidão desmontam a imagem de
uma apatia institucionalizada ou de um comprometimento dissimulado com
a causa abolicionista no cenário internacional. Em seguida, Thiago Tremonte
de Lemos com o trabalho Modiano historiador: a ambiguidade francesa
durante a ocupação alemã compreendida na obra Ronda da noite, aborda a
obra do escritor francês Patrick Modiano, para reetir sobre os limites e os
encontros entre a história e a cção literária nas narrativas da ocupação alemã
Editorial
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