Joinville como fonte de economias externas às empresas atendidas pelo programa ALI
| Autor | Stéfanie Bilicki, Pablo Felipe Bittencourt |
| Páginas | 59-81 |
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http://dx.doi.org/10.5007/2175-8085.2019v22n1p59
Rev. Text. Econ., Florianópolis, v. 22 n. 1, p. 59 – 81, 2019.1 ISSN 2175-8085
Joinville como Fonte de Economias Externas às Empresas Atendidas pelo
Programa ALI1
Joinville as a source of external economies to the companies served by the ALI
Program
Stéfanie Bilicki
stefaniebilicki.alisc@gmail.com
Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Pablo Felipe Bittencourt
pablofelipe.bittencourt@gmail.com
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Resumo: Percebendo o contexto econômico e político em que estão inseridas, as MPEs precisam buscar
diferenciação por meio de ações inovadoras. Para tanto, é necessário acessar as informações disponíveis, tanto
do ambiente interno quanto do externo, e aproveitar -se das externalidades. Este estudo, mediante método
descritivo exploratório, faz uma análise dos resultados obtidos na dimensão Ambiência Inovadora, que procura
mensurar as ações empresariais na busca por conhecimento e analisar o impacto dessas ações nas outras
dimensões do Radar de Inovação, sendo o radar uma metodologia utilizada pelo Programa ALI – Sebrae/CNPq.
A pesquisa foi realizada com os dados de 20 empresas atendidas pelo programa em Joinville/SC, de novembro
de 2015 a agosto de 2017, e os resultados, exemplificados por dois casos, apontam para a importância de ações
orientadas a aproveitar o conhecimento disponível. Nesse sentido, uma transformação das rotinas da empresa,
em prol de uma cultura de in ovação, mais voltada para a busca de conhecimentos externos complementares aos
internos, parece ser um dos maiores resultados da política do Sebrae.
Palavras-Chave: Ambiência Inovadora; Economias Externas; Programa ALI; Conhecimento; Inovação
Abstract: Considering the economic and political context in which brazilian firms are inserted, it is necessary
to seek differentiation through innovative actions. In order to do this, the company must access available
information, both from the internal and external environment, t o take advantage of externalities. Therefore, this
study, through an exploratory descriptive method, proceeds to an analysis of the results obtained in the
innovative ambience dimension, which seeks to measure the entrepreneurial actions in the search for knowledge
and to analyze the impact of these actions on the other dimensions of the innovation radar, which is a
methodology used by the Program ALI - Sebrae / CNPq. The research was carried out with data from 20
companies served by the program in Joinville / SC, from November 2015 to August 2017, and the results,
exemplified by two cases, point to the importance of actions oriented to take advantage of the available
knowledge. In this sense, a transformation of the firm’s routines, in favor of a culture of innovation, more
focused on the search of external knowledge complementary to internal ones, seems to be one of the major
results of the Sebrae policy.
Keywords: Innovative Environment, External Economies, ALI Program, Knowledge, Innovation.
Recebido em: 07-01-2019. Aceito em: 08-03-2019.
1Os autores agradecem ao SEBRAE-SC a liberação do artigo para publicação.
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http://dx.doi.org/10.5007/2175-8085.2019v22n1p59
Rev. Text. Econ., Florianópolis, v. 22 n. 1, p. 59 – 81, 2019.1 ISSN 2175-8085
INTRODUÇÃO
O atual cenário econômico brasileiro é crítico, segundo o IBGE (2017), em 2015 e
2016, a queda do Produto Interno Bruto (PIB) foi superior a 7%, configurando a maior crise
da história, o que gerou taxa de desemprego próxima a 14%. Evidentemente, muitas micro e
pequenas empresas foram desoladas por essa situação.
Em contextos como esses, instituições de apoio como o Sebrae (Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas), com projetos como o Programa ALI (Agente Local de
Inovação) podem ser decisivas. Pois, compreendendo a inércia das pequenas empresas, o
programa tem por objetivo levar pessoal treinado – os agentes locais de inovação – e
capacitado até as pequenas empresas, a fim de diagnosticar dificuldades de gestão e
oportunidades de inovação, apresentando melhorias personalizadas aos problemas enfrentado,
além de ideias e ações inovadoras que melhorem os resultados da empresa.
No entanto, poucas empresas são ativas na busca pelos recursos disponíveis no
ambiente em que estão inseridas, tendo dificuldade até de explorar os recursos
disponibilizados pelas instituições presentes no cenário em que atuam, mesmo quando o
contexto geográfico favorece.
Não obstante, o contexto regional/local tem sido objeto da análise especialmente
desde que Alfred Marshall destacou o papel das economias geradas pela proximidade
geográfica. Nesse sentido, estudos mais recentes na linha de economia da inovação têm
reforçado o papel das economias externas. Giuliani (2005), por exemplo, defendeu que
aglomerações produtivas caracterizadas por empresas com forte base de conhecimento são
mais propensas a revelar trocas intensas de conhecimentos intracluster, o que denotaria alta
conectividade, ou seja, alto nível de aproveitamento de externalidades locacionais. De fato,
diversos outros estudos já foram realizados, sobretudo em países desenvolvidos, como o de
Spithoven et. al. (2010), que estudaram como novas instituições têm ajudado pequenas
empresas de setores tradicionais de um país altamente desenvolvido (Bélgica) a absorverem
novas tecnologias. Ocorre que, em geral, a maior parte dos estudos trata de MPEs de setores
de alta intensidade tecnológica (OCDE, 2003), em especial do setor de software, ou são
estudos relacionados à absorção tecnológica (de produto e processo) em relação às
tecnologias da atual revolução (PEREZ, 2004). Tais estudos, ainda que focados em micro e
pequenas empresas, fogem do escopo do presente artigo. Aqui as empresas são de porte muito
reduzido, de faturamento entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões anuais; a maioria tem entre 7 e
12 empregados. A menor tem apenas dois empregados e a maior, 36. Os ramos de atividade
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