Introdução

AutorCristina Pereira Vieceli, Julia Giles Wünsch e Mariana Willmersdorf Steffen
Páginas19-22

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Dedicamos este livro às mulheres que buscam, nas suas lutas cotidianas, transformações em prol de um mundo mais justo e igualitário.

E ste livro é fruto do interesse em comum das organizadoras e dos demais autores e autoras por entender as particularidades do emprego doméstico no Brasil mediante uma abordagem interdisciplinar. A maior parte do texto foi construída sobre ou se valeu de excertos da dissertação de mestrado de uma das organizadoras, Cristina Pereira Vieceli, orientada por um dos autores, Carlos Henrique Horn, e apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Economia (PPGE) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no ano de 2015.1 A iniciativa propriamente dita de organizá-lo surgiu na II Reunião Iberoamericana de Socioeconomia (II RISE), realizada pela Society for the Advancement of Socioeconomics (SASE) na UFRGS, em Porto Alegre, em novembro do mesmo. O encontro não premeditado das organizadoras na mesa sobre mercado de trabalho e políticas sociais permitiu o conhecimento mútuo de interesses de pesquisa em comum, pois, além do artigo de Vieceli e Horn sobre mudanças no peril do emprego doméstico no Brasil, na mesma mesa foi apresentado o trabalho sobre legislação do emprego doméstico, feminismo e políticas públicas de autoria de Julia Giles Wünsch e Mariana Willmersdorf Stefen. A convergência destes trabalhos no encontro da SASE e os frequentes debates sobre o assunto em diferentes lugares e meios - cinema, televisão, Internet, academia -, sob inspiração de abordagem feminista, izeram brotar a ideia de produzir conjuntamente este livro.

O emprego doméstico ocupa uma posição bastante singular no sistema capitalista, em especial nos países em desenvolvimento com alto índice de desigualdade social, como o Brasil. Esta particularidade refere-se, antes de tudo, à sua própria natureza, que a insere no escopo dos trabalhos reprodutivos, ou seja, daqueles voltados para a manutenção, reprodução e cuidado dos domicílios e de seus membros. Outro aspecto saliente é a presença amplamente majoritária de mulheres, sem discriminação de países, na execução das atividades domésticas

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remuneradas. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), havia 53 milhões de pessoas empregadas como domésticas no mundo em 2013, das quais 83% eram mulheres. No emprego doméstico, ademais, a questão de gênero se associa, em maior ou menor grau e consideradas especiicidades regionais, com as de classe e raça, já que a...

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