Excessos corporativos

AutorWladimir Novaes Martinez
Ocupação do AutorAdvogado especialista em Direito Previdenciário
Páginas135-136

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"Os brasileiros sempre preferiram o conchavo e o corporativismo à discussão e à insubordinação", disse o jornalista Diogo Mainardi.

Diante da multiplicidade ininita das ações humanas, da má distribuição das rendas ou das riquezas e dos desníveis sociais, as proissões se organizaram de acordo com alguma convenção estabelecida ao longo dos tempos.

As principais, postadas no ápice da pirâmide social, por vezes digladiam entre si, estocada uma ali, outra acolá, buscando permanecer no topo.

Não deveria ser assim, mas parece natural a competividade humana. Só é inaceitável quando muito desenfreada.

Manifestações hodiernas

Algumas exteriorizações hodiernas são os motes: "Se o medicamento não resultar consulte um médico".

São obviamente verdadeiras na medida em que esses profissionais são relevantes para o ser humano, entretanto, é preciso pensar em por que jocosamente alguém inseriu uma frase no vidro de um automóvel: "Consulte sempre um carpinteiro".

Dito como uma brincadeira, que tem 50% de verdadeiro, deve ser objeto de uma relexão.

Controle proissional

Na intransigente defesa dos seus membros, as fortíssimas associações de monitoramento do exercício proissional mantêm Conselhos de Ética, cujo objetivo é desestimular e sancionar aqueles que extrapolam as linhas de conduta por elas pré-ixadas, na tentativa de manter augusta e régia sua categoria.

À evidência, esses proissionais acabam por entrechocar-se com os seus clientes, geralmente mais frágeis.

Daí a ideia de que estes seriam defendidos por representantes, uma aspiração legítima, não se recomendando uma defesa individual (por seu custo, ineicácia e impropriedade).

Não só os desdobramentos da representação constituem patologia social inevitável: o excessivo corporativismo.

Excluídos os delitos passionais - no mundo, quantos são os engenheiros, médicos e advogados que cumprem penas de prisão?

Associações equilibradas

A corporação, quando exacerbada (da qual aqui se ocupa), não é um mal necessário; reduz-se a uma enfermidade do tecido social em si mesma. Subproduto da divisão do poder, tem na falta de limites das ações humanas, um grande problema.

Quando uma associação se põe na trincheira da categoria, geralmente é condenada pelos seus adversários, que acusam os diretores de excessos.

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Abandonando tal postura, muitas vezes, as campanhas se...

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