EVA® (Economic Value Added). Uma ferramenta de riqueza ao alcance de todos

AutorAparecida Vani Frasson Gaion
CargoMestre em Contabilidade e Controladoria pela UNOPAR. Professora Universitária.
Páginas141-147

    Artigo produzido a partir da dissertação de mestrado defendida junto ao programa de pós-gradução stricto sensu em Contabilidade e Controladoria, da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR).

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Introdução

Durante o súbito crescimento econômico após a Segunda Guerra Mundial, as empresas tomaram decisões baseadas na sua principal ferramenta analítica, o fluxo de caixa descontado. Tal ferramenta auxiliava os contadores e proporcionava aos empresários a decidirem entre os projetos propostos.

Conforme cita Freedman (1996, p.2), "Utilizavam-se amplamente duas formas de analisar o fluxo de caixa descontado:

  1. taxa interna de retorno (IRR-Internal Rate of Return),

  2. valor presente líquido (NPV-Net Present Value)."

Com o passar dos anos observou-se que tais formas não eram adequadas para medir o desempenho total da empresa, pois estas observavam o crescimento da receita líquida para fazer tal avaliação.

Novas ferramentas (tais como retorno sobre o patrimônio líquido, retorno sobre o ativo) foram adotadas.

Ainda, segundo Freedman, "os empresários começaram a perceber que, contanto que a meta deles era aumentar os ganhos como um fator de patrimônio, eles não precisavam aumentar a receita se eles reduzissem os custos dos ativos."

Em resposta, segundo Tully (1993, p. 24), "Stern Stewart & Cia. introduziu o conceito de valor econômico agregado (EVA®) como uma ferramenta que mede o desempenho financeiro que captura o verdadeiro lucro econômico de uma empresa".

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Surgimento do EVA®

Desde longa data, a teoria financeira vem sugerindo às empresas que criem valor para o(s) acionista(s). Tal exigência tem feito com que muitos contadores e administradores atentem em superar o custo do capital investido.

Joel M. Stern e G. Bennett Stewart III analisaram artigos, conforme citações abaixo, e os traduziram em um sistema de fácil compreensão, gerando, assim, o conceito do EVA®. Este conceito teve como base o do Fluxo de Caixa Descontado.

Joel M.Stern, apud Ehrbar (1999, agradecimentos), "a gênese teórica do EVA® é encontrada no modelo econômico do valor da empresa criado pelos Prêmios Nobel Merton H. Miller (da Universidade de Chicago) e Franco Modigliani (MIT), em 1958, 1960 e 1961."

Stewart (1990, preface XVII), refere: "Merton H. Miller e Franco Modigliani que escreveram o artigo 'Dividend Policy Growth and the Valuation of Shares', Journal of Business, de outubro de 1961."

Segundo Joel M.Stern (apud Ehrbar, 1999, p. viii), Miller e Modigliani, em resumo, demonstraram que:

O impulsionador-chave de valor é a receita econômica e uma taxa de retorno exigida diretamente proporcional ao risco. O valor de mercado de uma empresa é o resultado do comportamento racional na margem pelos denominados investidores institucionais que dominam o processo de expectativas, estabelecendo os preços de ações. O risco da estrutura de capital pode ser discernido independentemente dos riscos de capital ou de negócios de uma empresa. Em seus termos mais simples a estrutura Miller-Modigliani mostrou por que o fluxo de caixa descontado (DCF), como processo, e o valor presente líquido (NPV), como medida, refletem de que forma os mercados funcionam no mundo real e, assim, compreendem a abordagem que deveria ser utilizada por gerentes se estiverem preocupados com o impacto de suas decisões no valor para os acionistas.

Miller-Modigliani destacam que, como processo, o fluxo de caixa descontado (DCF) reflete a capacidade da empresa em gerar resultados, levando-se em conta o risco de capital da empresa, e, como medida, o valor presente líquido (NPV) reflete a taxa sobre o custo de oportunidade, na criação de valor para o acionista.

Não somente Miller e Modigliani contribuíram para o surgimento do EVA®. Joel M. Stern (apud Ehrbar, 1999, p. xi), cita que:

O EVA® também deve muito ao trabalho pioneiro dos professores Michael C. Jensen (Harvard Business School) e William H. Meckling(Universidade de Rochester), que escreveram sobre o comportamento or\ganizacional e agenciamento de custo (1975). Seu ponto principal era, se é possível esperar, que gerentes subordinassem os interesses dos acionistas a seus próprios objetivos e que acionistas e credores teriam que incorrer em custos de monitoramento para controlar a gerência. Na ausência de algum tipo de ação para controlar a gerência, as empresas desperdiçariam um grande volume de valor potencial para o acionista.

Os professores Jensen e Meckling mostram a preocupação por parte dos acionistas quanto a decisões tomadas pelos empresários na empresa, demonstrando a necessidade do comprometimento por parte dos empresários perante uma decisão. Estes devem tomar decisões refletindo no resultado que a mesma proporcionará; isto viria a contribuir para o não desperdício de valor para o acionista.

A evolução do sistema EVA® para sua forma...

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