Encerramento
| Autor | Aires Barreto |
| Cargo | Presidente do Instituto Geraldo Ataliba/IDEPE |
| Páginas | 226-230 |
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Resolvi à tribuna assomar, e novamente discursar a um auditório indulgente, apesar de exigente. Volto aqui muito contente, a rimar pra tanta gente.
Foi fruto da cabeça dura, que teima, e da pretensão, que em mim reina, de falar ainda uma vez, a esse auditório cortês.
Em Congresso do passado, vendo a minha ousadia,
Doin Vieira já me tinha advertido, mas disse-o, com muita galhardia: - "Aires, por você tenho grande estima. Vejo que, mal e mal, aprendeu a rima, mas nada entendeu quanto à métrica, que prossegue, no mínimo, patética".
Ainda assim, volto, meio sem jeito, com temor, mas alegre e satisfeito, para discursar em poesia. Pois, como ele nos dizia, prosa nós ouvimos todo dia.
E, assim, sigo como o vate Doin Vieira, de quem da bela poesia tento ir na esteira. Mas, óbvio, sem alcançar sua classe altaneira, mesmo que me esforçasse a vida inteira. Então, se me regozijo e me ufano nesta hora, é porque no mundo de hoje e de outrora também se alegra o humilde camponês quando, do rei, recebe as insígnias, uma vez.
Deixando isso de lado, quero deixar registrado o meu protesto irado, aos demais bem avisado. Urge uma solução para o tema da educação, viga mestra do Povo e da Nação.
Valores destinados a uma boa educação, bem aplicados na vida, desde a infância, além de constituírem a nossa salvação, serão menores que gastos com a ignorância.
Se há quem se apoie na falta de recursos para a todos dar boa educação, peço que os rios levem em seus cursos esses grandes ignorantes de plantão. Pois da educação se chega ao conhecimento, do conhecimento chega-se à sabedoria, e desta, para o nosso alento, atingimos o intento de termos, sempre mais forte, uma sólida democracia. Vamos batalhar por ela, sem ficar parados na janela, vendo e ouvindo o clamor do iletrado, há tanto tempo marginalizado.
O primor das letras vamos ofertar, vamos zerar o contingente analfabeto, a milhões vamos ensinar, com muito carinho e o nosso afeto.
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Que as nossas pastas da Educação não sigam pela contramão, não deixem levar de roldão, e manter na estagnação, os que estão nessa situação.
É preciso ser discreto e amar ao analfabeto, dando a ele o tesouro, para nós imorredouro, do horizonte bonito da sua vida futura, e até ser erudito, fruto de muita leitura.
Falo, agora, um pouco de cada notável conferencista. Começando pelo Presidente do nosso
Congresso. Eros Grau, Ministro, culto, simples, sem ser simplista, dos poucos, aqui confesso, que a todos permite acesso.
Eros Grau, esse sapiente Ministro, aposentou-se com louvor. Retorna, porém, eu registro, exercendo com ardor, e muito amor, seu mister de professor.
E também se dê revista, segue ainda como jurista, é bom que nele se invista, eis que é ótimo parecerista.
E, além de tudo isso, ainda muito lhe apraz cuidar da arbitragem de cunho internacional, matéria em que é versado e capaz, sempre nos ensinando o...
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