Definições e classificação

AutorMárcia Angelim Chaves Corrêa/Tuffi Messias Saliba
Ocupação do AutorEngenheira Química/Engenheiro Mecânico
Páginas13-20

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1.1. Considerações Iniciais

Dentre os riscos ambientais gerados em um processo industrial, ocupam lugar de grande importância os agentes químicos, uma vez que qualquer tipo de produção envolve transformações físicas (operações unitárias) e/ou químicas (processos unitários ou conversão química), sendo que, em ambos os casos, dependendo de diversos fatores, poderá haver emanação dos referidos agentes para o ambiente.

Segundo a NR-9, “consideram-se agentes químicos as substâncias, os compostos ou os produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeira, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão”.

A avaliação da exposição ocupacional aos gases e vapores é mais complexa do que os demais agentes, vez que pode penetrar no organismo por via respiratória, dérmica, digestiva ou parenteral. Desse modo, a análise da exposição deve abordar esses fatores, além do conhecimento da composição química básica da substância, suas transformações durante o processo e outras características físico-químicas. Outros parâmetros também deverão ser analisados, conforme será abordado posteriormente.

Outra característica importante de alguns gases e vapores é sua capacidade de criar atmosferas inflamáveis e explosivas, que poderão resultar em morte ou em efeitos à saúde irreversíveis.

Dando continuidade à série relativa aos riscos ambientais, enfocaremos neste livro os gases e os vapores, uma vez que ruído, vibração, calor, poeira e fumos já foram objeto de estudo em outros volumes.

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1.2. Definições

A) Gases

Denominação dada às substâncias que, nas condições ambientais de temperatura e pressão (25ºC e 760 mm Hg), estão no estado gasoso. São fluidos amorfos que podem mudar de estado físico unicamente por uma combinação de pressão e temperatura. Exemplo: hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.

B) Vapores

Fase gasosa de uma substância que, a 25ºC e 760 mm Hg, se encontra sob o estado líquido ou sólido. O vapor pode passar para o estado líquido ou sólido atuando-se sobre a pressão ou sobre sua temperatura. Exemplos: vapores de água, vapores de gasolina.

C) Pressão de vapor

A pressão de vapor de uma substância está relacionada com a capacidade dos líquidos ou sólidos de passar para a atmosfera sob a forma de vapor. Assim, se temos um recipiente fechado que contenha certo líquido, as moléculas deste passam para a atmosfera, acumulando-se no espaço livre, originando determinada pressão. Após um lapso de tempo, há uma interrupção dessa passagem das moléculas do líquido para a atmosfera, devido à saturação do ambiente, conforme ilustrado a seguir.

Assim, a pressão exercida pelo vapor de uma substância líquida, em equilíbrio com a fase líquida, a uma dada temperatura, chama-se pressão de vapor.

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Depende a pressão de vapor unicamente da natureza e da temperatura da substância. Assim, no caso de um líquido, essa pressão não é constante, depende da temperatura, e o ponto de ebulição é atingido quando a pressão de vapor iguala-se à pressão atmosférica.

Desse modo, a concentração de vapores de uma substância, a uma determinada temperatura, não pode aumentar indefinidamente. Existe um ponto máximo denominado saturação, a partir do qual qualquer aumento na concentração transformará o vapor em líquido ou sólido. A concentração máxima que um vapor pode atingir em um ambiente fechado está, portanto, limitada pela pressão de vapor da substância, segundo a fórmula:

C = Pv / 760 x 100

C =...

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