Métodos de repartição dos custos indirectos utilizados pelas PME?s industriais portuguesas

AutorMaria João Machado
CargoDoutora em Contabilidade no ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa
Páginas11-36
11 ISSN 1807-1821, UFSC, Florianópolis, ano 06, v.1, n°11, p. 11-36, Jul./Dez., 2009
Métodos de Repartição dos Custos Indirectos utilizados pelas
PMEs industriais portuguesas
Product Costing in Small and Medium Sized Portuguese Manufacturing Companies
Maria João Machado
Doutora em Contabilidade no ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa
Professora Auxiliar do Departamento de Contabilidade do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa
Endereço: Avenida das Forças Armadas, 1649-026 Lisboa, Portugal
E-mail: maria.joao.machado@iscte.pt
Telefone: (011) (351) 217-903950
Artigo recebido em janeiro de 2009. Passou por uma avaliação double blind review em junho de 2009. Aceito
em setembro de 2009 pela Editora Científ‌i ca Sandra Rolim Ensslin. Artigo apresentado no XII Congresso
de Contabilidade e Auditoria, 2008, Aveiro, 2008.
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Maria João Machado
ISSN 1807-1821, UFSC, Florianópolis, ano 06, v.1, n°11, p. 11-36, Jan./Jun., 2009
Resumo
O presente trabalho tem por objectivo caracterizar a forma como são tratados os custos indirectos nas em-
presas industriais portuguesas, classif‌i cadas pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao
Investimento como PME excelência, para efeitos de valorização dos produtos. Os pressupostos ontológicos
e epistemológicos subjacentes a este estudo são compatíveis com o paradigma de investigação positivista.
Foram realizadas entrevistas a responsáveis pela Contabilidade de Gestão de 58 empresas localizadas em
11 Distritos portugueses. A evidência recolhida permite concluir que todas as empresas analisadas utilizam
bases de repartição dos custos indirectos que são inf‌l uenciadas pelo volume de produção. Todas as bases
de imputação encontradas são inf‌l uenciadas pela quantidade produzida de cada produto, o que provoca a
sobrevalorização dos produtos com maior volume de produção. Se o custo dos produtos for utilizado para
efeitos de tomada de decisão, nomeadamente para determinação do preço de venda ou análise de rendibilidade
de cada produto, pode ter implicações estratégicas importantes na empresa, na medida em que os gestores
podem conduzir erradamente os recursos para os produtos com menor volume.
Palavras-chave: Custos Indirectos, PME, Portugal
Abstract
This study aims to characterize the way in which some indirect costs in the Portuguese industrial f‌i rms, or-
dered by the Institute of Support to Small and Medium Enterprises and Investment as SMEs excellence, for
recovery of products. The ontological and epistemological assumptions underlying this study are consistent
with the positivist research paradigm. Interviews were conducted by the responsible Management Accounting
from 58 companies located in 11 districts Portuguese. The evidence collected to suggest that all companies
analyzed using bases for allocating indirect costs that are inf‌l uenced by the volume of production. All bases
of imputation found are inf‌l uenced by much of each product, which causes the overvaluation of the products
with higher production volume. If the cost of products is used for decision-making, especially for determining
the selling price or prof‌i tability analysis of each product, can have important strategic implications in the
workplace, to the extent that managers can drive the wrong resources to products with less volume.
Keywords: Indirect costs, SMEs, Portugal
1 Introdução
O presente trabalho tem por objectivo contribuir para o conhecimento sobre
a forma como as Pequenas e Médias Empresas (PMEs) industriais portuguesas
repartem os custos indirectos, para efeitos de valorização dos produtos. Como
objectivos mais específ‌i cos, podem-se identif‌i car os seguintes: (i) Caracterizar os
métodos utilizados nas empresas industriais classif‌i cadas como PME excelência,
de forma consistente, neste século XXI. Essa classif‌i cação é atribuída pelo Insti-
tuto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI); (ii)
Identif‌i car as bases de repartição dos custos indirectos mais utilizadas, analisando
se são inf‌l uenciadas pelo volume de produção.
Restringiu-se o universo a estudar às PMEs, devido ao seu elevado peso no
tecido empresarial nacional. Um estudo realizado pelo IAPMEI (2002) refere que
99,5% das empresas nacionais são pequenas e médias, o que confere relevância
ao estudo desse tipo de empresas para caracterizar a situação do País.

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