O coral, uns invisíveis

AutorManoel Ricardo de Lima
Páginas3-3
10.5007/1984-784X.2015v15n23p3
3
|boletim de pesquisa nelic, florianópolis, v. 15, n. 23, p. 3, 2015|
O CORAL, UNS INVISÍVEIS
Ieda Magri (UERJ)
Manoel Ricardo de Lima (UNIRIO)
Toda perspectiva é um lance incerto entre a profundidade e a superfície
ou estamos diante de uma “aparência de ordem em relação a períodos mais
vastos” ou, ainda, que uma combinação regular está sempre “irregularmente
distribuída” num espaço-tempo. Algo dessa projeção de Paul Valéry com Leo-
nardo da Vinci, para sair de um pensamento em linha reta numa tentativa de
dar espessura ao espaço e ao tempo, é o que também se procurou projetar
nessa irregularidade sem esqueleto desses textos ensaiados em torno de uma
ideia por algum coral e suas invisibilidades.
As escolhas tem a ver, numa suspeita, com uma busca jovem e vagabunda
e, ao mesmo tempo, com algo um pouco envelhecido, como todos nós, mais
ou menos como Chaplin projetava a vida e seus impasses de real. Se o coral
cnidário, simétrico e tentacular escapava ao modo classificatório, animal
sem centro, podemos imaginar alguma potência, mínima que seja, naquilo que
não começa pelo centro, mas por um exterior extremo que avança por con-
tato e nos faz atravessar certas coisas com alguma atenção. Outros nomes,
outros sentidos, evacuar territórios, desfazer mapas, enganar a arte, manter
as perguntas respirando.
Manoel Ricardo de Lima

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