Conclusão
| Autor | Nathália Lipovetsky |
| Páginas | 134-136 |
gama de direitos já declarados, mas que não se realizam por
entraves de ordem econômica que, por sua vez, instrumentalizam a
política e o direito. A economia é uma importante instituição social,
mas tem que estar a serviço das demais, sobretudo em se tratando
de realização da justiça (e não o contrário).
Quando inserida essa realidade econômica (tanto a realidade
econômica social quanto a realidade da ciência econômica) num
contexto de análise macrofilosófica, à luz da teoria da justiça e tendo
a pessoa humana e sua dignidade intrínseca como núcleo da
totalidade da realidade, é que se propõe que o direito, como ponto
de chegada da cultura ocidental como postula Salgado (englobando
em si, portanto, necessariamente, o ético), assuma a tarefa de
manter a economia nos trilhos da ética.
Não estamos postulando um conteúdo ideológico de Estado
específico, porém sim, se necessário, assumindo a supremacia até
o momento consolidada pelo modelo do mercado. Por outro lado,
não se pode negar que no mundo contemporâneo não existe
nenhum país com uma economia de mercado absolutamente pura e
livre de qualquer intervenção estatal. A pureza teórica do
funcionamento autônomo do mercado não é uma realidade para
nenhuma nação de que se tenha notícia e as intervenções se dão
exatamente em função da garantia daquilo que representa o
conteúdo de justiça buscado pelo Estado. Sobretudo nos países em
que a injustiça social é menor.
O recorte desta pesquisa foi, por todo o exposto, o de mostrar
que do ponto de vista Lógico a atual relação entre ética e economia
implica o impedimento de a sociedade civil avançar como momento
da Eticidade e alcançar o Conceito de Estado, contentando-se em
ficar retida num momento Lógico de um Estado abstrato e incapaz,
portanto, de dar efetividade à ideia de justiça no mundo
contemporâneo.
CONCLUSÃO
Aristóteles forneceu ao ocidente os fundamentos de uma teoria
econômica vigorosa, antecipando uma análise condizente com o
mercado e o capital atuais naquilo que chamou de crematística ruim
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