Autogestão e controle operário: uma análise histórico crítica

AutorMaria Cristina Soares Paniago
CargoUniversidade Federal de Alagoas, Faculdade de Serviço Social, Programa de pós-graduação em Serviço Social, Maceió, AL, Brasil
Páginas338-347
338
R. Katál., Florianópolis, v. 23, n. 2, p. 338-347, maio/ago. 2020 ISSN 1982-0259
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1982-02592020v23n2p338
Autogestão e controle operário: uma análise histórica
crítica
Maria Cristina Soares Paniago1
https://orcid.org/0000-0002-1919-3936
ESPAÇO TEMA LIVRE
Recebido em 12.07.2019. Aprovado em 11.02.2019. Revisado em 01.04.2020
Autogestão e controle operário: uma análise histórica crítica
Resumo: Neste artigo analisamos a relação histórica das fábricas recuperadas com as primeiras iniciativas de autogestão dos trabalhadores,
desde o início do capitalismo industrial. Assinalamos a evolução histórica das primeiras experiências de controle operário, das que
ocorreram no interior de movimentos revolucionários, tais como a revolução russa e a guerra civil espanhola, até às fábricas recuperadas
contemporâneas, destacando suas contradições e suas realizações. A natureza genuína dessas experiências tem como móvel impulsionador
a reação às condições de subordinação impostas ao trabalho assalariado pela lógica do capital, que com o decorrer dos séculos agravaram-
se. A luta pela autonomia operária sem que alcance desafiar o capital é um dos principais obstáculos para que tais experiências
contribuam para a emancipação do trabalho. Concluímos que as experiências de autogestão mais recentes reproduzem antigos problemas
teóricos, políticos e organizacionais. Sem um processo de reorientação crítica e autocrítica da luta contra o capital, não se constituem em
novas formas para superá-los.
Palavras-chave: Autogestão. Capital. Emancipação do trabalho. Crítica. Autocrítica.
Self-management and workers’ control: a critical historical analysis
Abstract: In this article, we analyze the historical relationship of recovered factories with the first self-management initiatives of
workers, since the beginning of industrial capitalism. We point out the historical evolution of the first experiences of workers’ control,
from those that took place within revolutionary movements, such as the Russian revolution and the Spanish civil war, to the contemporary
recovered factories, highlighting their contradictions and achievements. The genuine nature of these experiences is driven by the reaction
to the conditions of subordination imposed on wage labor by the logic of capital, which have worsened over the centuries. The struggle
for workers’ autonomy without being able to challenge the capital is one of the main obstacles for such experiences to contribute to the
emancipation of work. We conclude that the most recent self-management experiences reproduce old theoretical, political and organizational
problems. Without a process of critical and self-critical reorientation of the fight against capital, they do not constitute new ways to
overcome it.
Keywords: Self-management. Capital. Emancipation from work. Criticism. Self-criticism.
1Universidade Federal de Alagoas, Faculdade de Serviço Social, Programa de pós-graduação em Serviço Social, Maceió, AL, Brasil
© O(s) Autor(es). 2020 Acesso Aberto Esta obra está licenciada sob os termos da Licença Creative Commons
Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/deed.pt_BR),
que permite copiar, distribuir e reproduzir em qualquer meio, bem como adaptar, transformar e criar a partir deste material,
desde que para fins não comerciais e que você forneça o devido crédito aos autores e a fonte, insira um link para a Licença
Creative Commons e indique se mudanças foram feitas.

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT