O aumento do número de mulheres solteiras em Portugal e o seu impacto na sociedade

AutorMário Frota
CargoFundador e primeiro presidente da AIDC - Associação Internacional de Direito do Consumo. Fundador e presidente da apDC - Associação Portuguesa de Direito do Consumo
Páginas271-276

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Mário Frota foi instado por uma jornalista para uma entrevista que seria destinada a uma das edições da revista SABER VIVER.

Pelo eventual interesse que nelas se possa entrever, eis as respostas de Mário Frota, fundador e presidente da APDC - associação portuguesa de Direito do consumo, sociedade científica de intervenção - às questões suscitadas pela jornalista.

entrevista ao Prof. Mário Frota, presidente da associação portuguesa de Direito do consumo

SABER VIVER: o número de mulheres solteiras em Portugal disparou nos últimos anos, de acordo com os dados do instituto nacional de Estatística. Por um lado, há cada vez mais mulheres que optam por não casar, escolhendo ficar sozinhas e seguir com uma vida totalmente independente, e outras que optam por adiar o casamento, pois este não é uma prioridade para elas. Por outro lado, há cada vez mais mulheres que optam por não oficializar a sua relação amorosa...

- Esta mudança social teve algum impacto ao nível do consumo, nomeadamente ao nível do perfil do consumidor?

Mário Frota: as repercussões são óbvias: quer no que ao cabaz de produtos e serviços de consumo se reporta como no que se prende com os padrões de consumo e o perfil de consumidor que aí radica.

Há como que produtos específicos aferidos em função do género como se divisam outros cujo consumo se induz mediante as estratégias mercadológicas artificiosamente desencadeadas e que colhem naturalmente seus frutos, como se não ignora.

No entanto, convém significar que a situação que se observa em Portugal é ainda subsidiária da crise que em 2008 se abateu sobre a Europa e, em particular, sobre o país e que de todo se não superou ainda.

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O IPAM, em estudo que veio a lume no pretérito Dia Mundial dos Direitos do consumidor, revela dados nada surpreendentes, aliás, mas que condicionam os padrões de consumo outrora observados:

"... os argumentos financeiros têm um peso muito significativo, no que toca à compra de produtos alimentares: 72 por cento admite que as compras alimentares são feitas em função do preço, de campanhas e promoções e de uma gestão rigorosa do orçamento, em detrimento da qualidade do produto. O peso financeiro faz-se sentir cada vez mais, também, na compra de bens não perecíveis, como roupa, sapatos, brinquedos, etc., com 75 por cento dos consumidores a admitir que a sua compra é influenciada pelo preço e pela gestão rigorosa do orçamento.

Viagens e férias fora do país (51,7 por cento), viagens de curta duração (inferior a quatro dias) fora do país (49,4 por cento), viagens de curta duração dentro do país (48 por cento) e a alimentação fora de casa (50,5 por cento) são, pela respectiva ordem, as áreas onde os consumidores...

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