Apresentação do dossiê Sociologia dos Mercados
| Autor | Marcia da Silva Mazon - Paulo André Nierderle |
| Páginas | 7-10 |
http://dx.doi.org/10.5007/2175-7984.2016v15n33p7
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APRESENTAÇÃO
Como a Sociologia Econômica pode explicar os fenômenos do mercado
de forma diferente daquela dos economistas? Como atores e instituições (leis,
regras, práticas informais) articulam-se para produzir uma estrutura de sentidos
aos encontros regulares que se processam naquelas arenas sociais que chamamos
mercados? Estas são as questões centrais que denem a construção deste dossiê.
Os artigos apresentados neste dossiê sobre Sociologia dos Mercados são
fruto do Grupo de Trabalho “Sociologia Econômica” reunido no XV Encon-
tro da Sociedade Brasileira de Sociologia – SBS em junho de 2015 na cidade
de Porto Alegre. Os pesquisadores brasileiros desta disciplina reúnem-se, ora
na ANPOCS ora na SBS, há quase uma década. Ao longo deste período,
consolidou-se uma ampla rede de pesquisadores de todas as regiões brasileiras,
os quais se dedicam a analisar os fenômenos econômicos utilizando as lentes
analíticas da sociologia, e emprestando especial atenção para o tema da cons-
trução social dos mercados.
Os artigos aqui reunidos são fruto de pesquisas empíricas e reexões teó-
ricas e avançam argumentos em diferentes áreas em diálogo com outras disci-
plinas, sobretudo com a Sociologia Política. Este dossiê reete o crescimento,
a representatividade e a diversidade de temas de pesquisa que denem o perl
da Sociologia Econômica no Brasil. Chama atenção, todavia, a estreita inter-
face que, no contexto brasileiro, esta área tem desenvolvido com as questões
relacionadas à agricultura e ao mundo rural, as quais são encontradas nos
cinco primeiros artigos deste dossiê.
O artigo que abre o dossiê, de autoria de Marisa Singulano, discute a
organização do mercado do café de Matas de Minas. Em diálogo crítico com
a Economia dos Custos de Transação, a autora mostra como a produção de
padrões de qualidade como decorrência da desregulamentação do setor cafeei-
ro gerou novas formas de coordenação entre intermediários e cafeicultores.
Similarmente ao caso dos morangos de Fontaines-en-Sologne estudado por
Garcia-Parpet, esta região identicada como de baixo nível tecnológico e bai-
xa qualidade dos produtos passou por um processo de reconversão e conquis-
tou reputação no setor cafeeiro.
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