Apresentação
| Autor | Márcia Janete Espig - Alexandre de Oliveira Karsburg -Paulo Pinheiro Machado - Delmir José Valentini |
| Cargo | Organizadores |
| Páginas | 6-12 |
APRESENTAÇÃO
Aspectos históricos e culturais sobre o Centenário do Contestado
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Márcia Janete Espig
Alexandre de Oliveira Karsburg
Paulo Pinheiro Machado
Delmir José Valentini
Na manhã do dia 22 de outubro de 1912, na localidade do Banhado
Grande do Irani, então Município de Palmas, região sob administração
paranaense, uma força de mais de 50 soldados do Regimento de Segurança
do Paraná entrou em confronto com um grupo de sertanejos seguidores do
monge José Maria. A refrega durou menos de 1 hora e resultou em 23 mortos
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que, em diferentes fases e com características próprias, estendeu-se até o
início de 1916. A Guerra do Contestado colocou de um lado os “peludos”
representados pelos governos (estaduais e federal) os grandes fazendeiros, os
representantes da estrada de ferro Southern Brazil Railway e da Lumber and
Colonization Company e, de outro, peões, agregados, tropeiros, ervateiros,
médios e pequenos sitiantes, que se autodenominaram “pelados”.
O conflito atingiu um grande território do planalto e meio-oeste
catarinense, além do sul do Paraná. Durante o ano de 1914 houve a possibilidade
de extensão do movimento ao norte do Rio Grande do Sul, mas foi estancada
com a resistência da cidade de Lages e a interrupção da ofensiva rebelde,
com a morte do comandante Chiquinho Alonso. Certamente os rebeldes
possuíam base de apoio no norte rio-grandense, não só pela forte presença de
seguidores do monge João Maria, mas pela aberta simpatia de muitos maragatos
(federalistas) que, desde 1895, aguardavam por uma desforra contra os pica-
paus (republicanos). O movimento do Contestado é, portanto, multifacetado
e complexo desde sua origem. Demandas econômicas e sociais, como a luta
pela terra e pela emancipação da tutela dos Coronéis, estão presentes junto à
DOI: http://dx.doi.org/10.5007/2175-7976.2012v19n28p1
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