Generificação da violência física e simbólica nos meios de comunicação no oeste do Paraná

AutorTânia Regina Zimmermann
CargoProfessora de História Contemporânea da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul. Instituição: Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
Páginas33-44
GENERIFICAÇÃO DA VIOLÊNCIA FÍSICA E SIMBÓLICA NOS MEIOS
DE COMUNICAÇÃO NO OESTE DO PARANÁ
GENDERED OF PHYSICAL AND SYMBOLIC VIOLENCE IN THE MEDIA IN
THE WEST OF PARANA
Tânia Regina Zimmermann1
Resumo: O presente artigo di scute formas de violência perpetrada por mulh eres, mas que nos meios de
comunicação aparecem pelo inverso, ou seja e las serão ridicularizada s pelas suas ações através da
violência simbólica articula da com uma linguagem risível, de deboche. Esta linguagem reproduz velhos
estereótipos de que a violência associa-se a masculinidade e a fragilidade à feminilidade e assim a
dicotomia vítima x agressor co ntinua a ser naturaliza da. Através dos mei os de comunicação apar ecem
atos de mulheres infa mes e que revelam tra mas de s obrevivência diferentes das normatizada s para as
mulheres. Os breve s instantes de uma pub licidade indesejada, principalmente para mulheres pobres são
reveladoras das contradições de gênero e d e classe.
Palavras-chave: violência; cultura; mídia.
Abstract: This articl e discusses forms of violence perpetrated by women, but they appear in the media
by t he inverse, ie they will be ridiculed for t heir actions through the symbolic violence linked to a
laughable la nguage of debauchery. This language r eproduces old stereotypes that violence a ssociated
with masculinity and femininity with weakness and so the dichotomy x victim offender continues to be
naturalized. Through the media appear i nfamous acts of women and which show plots of survival than
those normalized for women. The brief mo ments of unwanted publicity, especially for poor women are
revealing the contradictions of gender and class.
Key-words: violence; culture; media.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
No Oeste do Paraná, Brasil, notícias de 1960 a 1990 construíram
identificações para homens e para mulheres como, por exemplo, a violência como
característica masculina e a maternidade como função exclusiva do feminino.
Sentimentos como docilidade e resignação, as próprias tarefas domésticas e o
espaço privado para as mulheres fizeram e ainda fazem com que muitas delas
deixem de ser cidadãs para existirem enjauladas nas identidades femininas
construídas nos discursos que enfatizam o sujeito universal masculino. Um dos
exemplos desta distinção dos gêneros está no Jornal do Oeste na matéria Nem
Feminismo nem Machismo: justiça. Conforme o excerto abaixo verifico que os
papéis são contrastantes nas relações de gênero:
A mulher cumpr e fazer do lar um pedaço do céu, entrevisto na
terra. Ali o homem r etempera as forças consumidas na dura peleja travada no
teatro das competições, em busca do pão de cada dia. (...) O sexo forte tira
sua energia do sexo denomina do fraco. Deste paradoxo depende a
estabilidade da família e segurança so cial. (...) Os movimentos feministas têm
se revelado inoperantes, pelo menos até hoje, u ma vez que nã o conseguiram
incutir na mulher, a compreensão sublime da tarefa que lhe cabe na
preparação da humanidade do porvir. (...) A mulher de ve permanecer naquilo
que foi chamada; permanecer como rainha do lar e sacerdotisa da família.2
1 Professora d e História Contemporânea da Universidade E stadual do Mato Grosso do Sul. Ins tituição:
Universidade Estadual do Mato Grosso d o Sul. Email: taniazimmermann@gmail.com.
2 Jornal Oeste. Nem Feminismo, nem mac hismo: justiça. n.850, 26/jul./1988. p.6.

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