Um samba encabulado

AutorMônica Sette Lopes
Páginas61-66
Um samba encabulado
Uma vez, cantei 14 anos de Paulinho da Viola ao -
nal de uma aula num curso de formação inicial para juízes do
trabalho na ENAMAT – Escola Nacional da Magistratura Tra-
balhista no TST. O curso é preparado de tal modo que durante
um mês, os novos juízes, de todos os tribunais do trabalho bra-
sileiros, quem em Brasília, e recebam instruções fundadoras
para o que será o seu novo ofício nos termos expressos no já
A canção de Paulinho da Viola fala de um menino
que não ouve seu pai na literalidade do conselho, mas que o
ouve na busca do acerto entre as várias opções que tinha, que
o ouve quando percebe o erro de “ver o samba ser vendido e
o artista esquecido”, que sabe exatamente o que o pai esperava
dele (“mas meu samba encabulado, eu não vendo não senhor”).
Como narrador da fresta dos dias, o sambista não
se vende e mostra o valor que está em manter a integridade
em qualquer circunstância. Ele não será visto vendendo a sua
essência de sambista.
Não sei se todos entenderam a razão de cantar aque-
la canção, depois de falar sobre equidade, essa melhor das jus-
tiças, segundo Aristóteles, porque é a que propicia a acomo-

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