Roteiros de desenvolvimento de unidades de inteligência competitiva sob a ótica dos modelos de referência

AutorLeonardo Guimarães Garcia
CargoUniversidade de São Paulo
Páginas65-85
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v. 18, n. 38, 2013.
p. 65-86
ISSN 1518-2924
Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, v. 18, n. 38, p. 65-86,
set./dez., 2013. ISSN 1518-2924. DOI: 10.5007/1518-2924.2013v18n38p65
Roteiros de desenvolvimento de unidades de inteligência
competitiva sob a ótica dos modelos de referência
Roadmaps for Competitive Intelligence units development from the
perspective of reference models
Leonardo Guimarães GARCIA
1
RESUMO
Modelos de referência são elaborações teóricas criadas para servirem de modelo para o desenvolvimento
de operações e processos organizacionais. As normas ISO e o Mod elo de Excelência da Gestão, da
Fundação Nacional da Qualidade, são exemplos de modelos desse tipo, assim como os roteiros de
desenvolvimento d e unidades de Inteligência Competitiva (IC) propostos em Herring e Leavitt (2011) e
em Hedin e Thi eme (2010). O presente artigo analisa os roteiros de IC fre nte ao arcabouço conceitual dos
modelos de referência, gera ndo um entendimento conceitualmente balizado de suas potencialidades e
limitações. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, referente aos modelos de referência e aos
roteiros de IC supracitados, seguida pela avaliação dos roteiros segundo o modelo de Fette, Loss e Zwicker
(2005), resultando na descrição das potencialidades e das limitações que os mesmos podem trazer às
unidades de IC. Utilizando uma abordagem inédita de estudo dos roteiros, esse trabalho amplia o
entendimento dos mesmos para além do que a simples leitura dos artigos que os descrevem poderia
proporcionar, possibilitando dessa forma uma decisão mais consciente sobre o seu uso.
PALAVRAS-CHAVE: Inteligência Competitiva (IC). Roteiro de IC. Modelo de Referência. Herring e Leavitt.
Hedin e Thieme.
ABSTRACT
Reference models are theoretical elaborations created to shape the dev elopment of organizational
processes and operations. The ISO series and the B aldrige Criteria for Performance Excellence Framework
are examples of such models as well as the roadmaps for Competitive Intelligence (CI) development
proposed in Herring and Leavitt (2011) and Hedin and Thieme (20 10). This article analyzes the CI
roadmaps usi ng the reference models literature, creating a conceptually consistent understanding of its
strengths and limitations. Therefore, a literature research related to reference models and CI roadmaps
was performed, followed by the roadmaps evaluation according to the Fette, Loss a nd Zwicker (2005)
model, resulting in the description of strengths and limitations that roadmaps may bring to the CI units.
By using a new theoretical approach for CI roadmaps study, this work expands the understanding of them
1Universidade de São Paulo (Ribeirão) - leonardogarcia@ffclrp.usp.br
ARTIGO
Recebido em:
30/08/2013
Aceito em:
05/11/2013
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beyond the reading of their origi nal articles could provide, allowing a more conscious decision about their
use.
KEYWORDS: Competitive Intelligence (CI). CI Roadmap. Reference Model. Herring and Leavitt. Hedin and
Thieme.
1 INTRODUÇÃO
Programas de Inteligência Competitiva (IC) normalmente começam pequenos e à
medida que seus produtos se tornam mais impactantes, sua visibilidade cresce. Em
consequência, cresce também o grau de exigência sobre a unidade, o que demanda
aumento da equipe e da infraestrutura, além da ampliação da expertise disponível
internamente. Em suma, a evolução é requisito indispensável ao sucesso das unidades
de IC. Por outro lado, reconhecer isso impõe a pergunta: que caminho seguir no sentido
de garantir essa evolução?
A fim de responder essa pergunta, vários autores têm estudado o modo como os
programas de IC se desenvolvem, desde seus estágios iniciais até o mais alto patamar,
conhecido na área como padrão Classe Mundial Em particular as contribuições de
Hedin e Thieme (2010) e de Herring e Leavitt (2011) fornecem roteiros que funcionam
como guias para a evolução de programas de IC, descrevendo os estágios pelos quais as
unidades deveriam passar até atingirem o padrão Classe Mundial
Apesar do grande potencial desses roteiros, seu uso enfrenta a incerteza e o
desconhecimento: por serem recentes, não casos de sucesso documentados na
literatura, o que gera insegurança entre os decisores, dificultando assim a sua adoção.
Barreiras desse tipo podem ser atenuadas não apenas por casos práticos, mas
também por estudos teóricos que analisem as características dos roteiros e tornem suas
potencialidades e limitações mais claras para os que decidirão por sua adoção.
Sustentando a tese de que os roteiros em Hedin e Thieme (2010) e Herring e
Leavitt (2011) representam modelos de referência (i.e., modelos que servem de
referência a processos de implantação de soluções organizacionais), realizou-se a
análise das potencialidades e limitações dos mesmos por meio de um dos componentes
do arcabouço conceitual dos modelos de referência mais adequado a esse fim a
classificação de Fette, Loss e Zwicker. Dessa análise resultou um quadro descritivo dos
roteiros, composto não só por elementos evidentes à sua interpreta ção direta, mas
também por elementos que dificilmente seriam percebidos sem o uso da classificação.

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