Esfera pública, reconhecimento e minorias: o diálogo Habermas-Fraser
| Autor | Maria Eugenia Bunchaft |
| Cargo | Professora do Programa de Pós-graduação em Direito da Unisinos |
| Páginas | 153-180 |
153
DOI: 10.5433/2178-8189.2014v18n1p153
* Professora do Programa de
Pós-graduação em Direito da
Unisinos. Pós-Doutora em
Filosofia pela UFSC Doutora
e Mestre em Teoria do Estado
e Direito Constitucional pela
PUC-Rio e-mail: mbunchaft
@ig.com.br
Esfera pública, reconhecimento e
minorias: o diálogo
Habermas-Fraser
PUBLIC SPHERE, RECOGNITION AND
MINORITIES: THE HABERMAS-FRASER DIALOGUE
Maria Eugenia Bunchaft*
Resumo:Nancy Fraser delineou uma compreensão
procedimental do reconhecimento que tem possibilidade de
combater políticas estreitas de autenticidade de grupo. Jürgen
Habermas enfatiza um modelo deliberativo e uma análise histórica
da esfera pública, por meio de um aprendizado teórico que
culminou em 1992, com Faktizität und Geltung. Pretendemos
demonstrar, com base em Fraser e Habermas, que, diante de um
contexto de exclusão do espaço público oficial, é necessário
ampliar arenas discursivas, sob pena de reproduzirmos e
mantermos as assimetrias dominantes. Fraser, em Scales of
Justice, defende uma esfera pública transnacional na qual há
uma rearticulação dos processos decisórios, superando as
fronteiras dos estados nacionais territorialmente situados.
Propugnamos analisar a evolução das concepções de esfera
pública em Habermas e Fraser ao longo de suas trajetórias teóricas.
Em Habermas, até 2011, havia uma ambiguidade que oscilava
entre a abordagem fina de patriotismo constitucional e a
concepção densa de autocompreensão europeia. Com efeito,
pretendemos investigar como Habermas, em Sobre a constituição
da Europa - um ensaio, Habermas soluciona tal ambiguidade
em relação à compreensão de esfera pública, lecionando que os
cidadãos, por meio da tecnologia digital e de padrões morais,
avaliam as estruturas econômicas europeias, confrontando as
instituições existentes com as exigências de uma justiça global.
Sustentamos, com base em Habermas, que tais discussões devem
ser efetivadas no interior de um Parlamento mundial composto
de Estados e cidadãos.
Palavras-chave: Esfera pública; Reconhecimento; minorias;
Habermas; Fraser.
Abstract: Nancy Fraser outlined a procedural understanding of
the recognition it has possibility to fight close political group of
authenticity. Jürgen Habermas emphasizes a deliberative model
and a historical analysis of the public sphere, through a
theoretical learning that culminated in 1992 with Faktizität und
Geltung . We intend to demonstrate, based on Fraser and
SCIENTIA IURIS, Londrina, v.18, n.1, p.153-180, jul.2014 | DOI: 10.5433/2178-8189.2014v18n1p153
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Habermas, who, before a backdrop of exclusion from official
public space, it is necessary to expand discursive arenas,
otherwise reproduce and maintain the dominant asymmetries.
Fraser, in Scales of Justice , argues for a transnational public
sphere in which there is a re-articulation of decision processes,
overcoming the boundaries of national states territorially located
. We advocate to analyze the evolution of conceptions of the
public sphere in Habermas and Fraser along their theoretical
trajectories. Habermas, until 2011, there was an ambiguity that
oscillated between the thin approach of constitutional patriotism
and dense European conception of self .Indeed, we intend to
investigate how Habermas, in On the Constitution of Europe -
an Essay, Habermas resolves this ambiguity in relation to the
understanding of the public sphere, teaching citizens, through
digital technology and moral standards, assess European
economic structures collating existing institutions to the demands
of global justice . We argue, based on Habermas, that such
discussions should take effect within a world parliament
composed of states and citizens.
Keywords: Public Sphere; Recognition; Minorities; Habermas;
Fraser.
MARIA EUGENIA BUNCHAFT
SCIENTIA IURIS, Londrina, v.18, n.1, p.153-180, jul.2014 | DOI: 10.5433/2178-8189.2014v18n1p153
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