Reconhecimento facial: o futuro chegou
Autor | Flávio Filizolla D´Urso |
Cargo | Advogado |
Páginas | 9-10 |
TRIBUNA LIVRE
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REVISTA BONIJURIS I ANO 31 I EDIÇÃO 660 I OUT/NOV 2019
Flávio Filizzola D’Urso ADVOGADO
RECONHECIMENTO FACIAL: O FUTURO CHEGOU
Durante o carnaval, uma
notícia chamou mais a
atenção do que as esco-
las de samba e os trios
elétricos nas ruas: trata-se do
relato de um indivíduo que
foi preso em Salvador após
ter sido identificado pelo
sistema de reconhecimento
facial eletrônico implantado
pela Secretaria de Segurança
Pública da Bahia nos acessos
dos principais circuitos do
cortejo carnavalesco.
Apesar de não parecer no-
vidade, uma vez que algumas
redes sociais se utilizam de
reconhecimento facial para
sugerir a marcação de uma
pessoa na foto publicada, o
que mais chamou a atenção
neste caso, e fez a notícia ga-
nhar destaque, foi que o indi-
víduo estava travestido (com
peruca e maquiagem), porque
se fantasiou para acompa-
nhar um famoso bloco de car-
naval da Bahia denominado
“As Muquiranas”.
Sua identificação ocorreu
quando ele acessou o circui-
to Barra-Ondina, por volta
das 17h15, observado pelas
câmeras e identificado pelo
sistema, que apontou 94% de
similaridade entre o homem
capturado pelas imagens e o
banco de dados do sistema.
Contra ele, havia um manda-
do de prisão por um assassi-
nato ocorrido em dezembro
de 2017.
A vantagem da utilização
deste tipo de sistema é a ve-
locidade e a quantidade de
análises que consegue rea-
lizar para a busca de crimi-
nosos. Para se ter uma ideia,
em seis dias de festa, foram
reconhecidos três milhões
de rostos no Carnaval de
Salvador, o que resultou na
identificação e prisão desse
indivíduo, mesmo sendo um
sistema adotado de modo ex-
perimental.
Para fazer este levanta-
mento, o sistema analisa as
características de quem está
sendo filmado, como a distân-
cia dos olhos, do nariz, da boca
e, até mesmo, a linha da man-
díbula, e os compara com as
imagens que há em seu ban-
co de dados (que, nesta fase
inicial, foi alimentado com
pessoas que tinham contra si
mandados de
prisão a serem
cumpridos) e,
como resulta-
do, apresenta
um percentual
de similarida-
de para que as
autoridades
possam fazer
a verificação
final e, se for o
caso, a prisão
do indivíduo.
Outras ci-
dades também
estão inician-
do a implementação da tec-
nologia de reconhecimento
facial na busca de crimino-
sos, como em Copacabana,
na cidade do Rio de Janeiro.
Ali, nos primeiros dez dias
de funcionamento, o sistema
auxiliou na prisão de oito
pessoas, segundo o atual go-
vernador Wilson Witzel. O
uso desta ferramenta já está
sendo ampliado para outros
pontos da cidade, como o
estádio do Maracanã e o ae-
roporto Santos Dumont. O
dispositivo também está em
fase de testes na cidade de
Campinas, no interior de São
Paulo.
Enquanto para os brasilei-
ros o uso dessa tecnologia de
ponta representa uma novi-
dade, na China isto já é uma
realidade, especialmente por-
que lá existem cerca de 200
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