Rebalanceamento Endogeno para Portfolios de Variancia Minima

AutorGuilherme Demos - Thomas Pires - Guilherme Valle Moura
CargoPPGE, UFSC & ETH Zurich - PPGE, UFSC - PPGE, UFSC
Rebalanceamento End´
ogeno para Portf´
olios
de Variˆ
ancia M´
ınima
(Portfolio Optimisation and Endogenous Rebalancing Methods)
Guilherme do Livramento Demos*
Thomas Henrique Schreurs Pires**
Guilherme Valle Moura***
Resumo
Custos de transac¸˜
ao implicam em um trade-off entre o benef´
ıcio da atualizac¸˜
ao
dos pesos ´
otimos e os custos de se alterar a composic¸˜
ao da carteira. A maneira
usual de se resolver este trade-off ´
e atualizando a composic¸˜
ao da carteira ap´
os
um per´
ıodo de tempo determinado de forma ex´
ogena. Este artigo prop˜
oem uma
estrat´
egia de rebalanceamento de carteira end´
ogena baseada em gr´
aficos de con-
trole para detecc¸˜
ao do momento prop´
ıcio para o ajuste da composic¸˜
ao da carteira.
Os pesos ´
otimos do portf´
olio s˜
ao monitorados diariamente e, caso alterac¸ ˜
oes es-
tatisticamente significativas sejam identificadas, a carteira ´
e rebalanceada, caso
contr´
ario, os pesos s˜
ao mantidos constantes, evitando custos de transac¸˜
ao. O de-
sempenho desta estrat´
egia ´
e comparado a rebalanceamentos peri´
odicos atrav´
es de
medidas como Turnover e´
Indice de Sharpe. Conclui-se que estrat´
egias baseadas
em detecc¸˜
oes sequenciais de quebras nos pesos ´
otimos superam as demais, pro-
porcionando ganhos econˆ
omicos para o investidor.
Palavras-chave:Portf´
olio de Variˆ
ancia M´
ınima Global (PVMG); Controle Es-
tat´
ıstico de Processos, Gr´
aficos de controle.
C´
odigos JEL: C53; E43; G17.
Submetido em 2 de maio de 2015. Reformulado em 13 de novembro de 2015. Aceito
em 17 de novembro de 2015. Publicado on-line em 20 de Janeiro de 2015. O artigo foi
avaliado segundo o processo de duplo anonimato al´
em de ser avaliado pelo editor. Editor
respons´
avel: M´
arcio Laurini.
*PPGE, UFSC & ETH Z¨
urich E-mail: gdemos@ethz.ch
**PPGE, UFSC. E-mail: thsfc@gmail.com
***PPGE, UFSC. Guilherme Moura agradece apoio financeiro do CNPq atrav´
es dos
processos 308346/2013-0 e 475230/2012-4. E-mail: guilherme.moura@ufsc.br
Rev. Bras. Financ¸as(Online), Rio de Janeiro, 13, No. 4, October 2015, pp. 544-570
ISSN 1679-0731, ISSN online 1984-5146
c
2014 Sociedade Brasileira de Financ¸as,under a Creative Commons Attribution 3.0 license -
http://creativecommons.org/licenses/by/3.0
Rebalanceamento End´
ogeno para Portf´
olios de Variˆ
ancia M´
ınima
Abstract
Investment managers often rebalance portfolios using ad-hoc criteria due the trade-
off between gains from updating optimal weight and costs incurred from changing
the portfolio composition. A common solution for this stalemate is rebalancing the
portfolio based on some exogenous criteria. By monitoring the optimal weights
of the portfolio through control charts, the authors propose a portfolio rebalance
strategy based solely on endogenous information. The optimal portfolio weights
are thus monitored daily and if statistical significant changes are detected we either
rebalance or not the portfolio thus avoiding transaction costs. The performance
of the rebalancing strategy is then compared with different periodical strategies
based on indicators such as Turnover and Sharpe-Ratio. Our results suggest that
rebalancing strategies based on signals from control charts outperform those based
solely on exogenous criteria, thus yielding economical gains to the investor.
Keywords:Global Minimum Variance Portfolio; Statistical Processes Control,
Control Charts.
1. Introduc¸˜
ao
A abordagem de portf´
olio iniciada por Markowitz (1952) ´
e um dos mar-
cos da moderna teoria de financ¸as, e mostra como um investidor interessado
apenas na m´
edia e na variˆ
ancia de um portf´
olio est´
atico deve compor sua
carteira de ativos. Para implementar essa estrat ´
egia ´
e necess´
ario conhecer
a m´
edia a e matriz de covariˆ
ancia dos ativos, por´
em, estes momentos s˜
ao
desconhecidos e precisam ser estimados atrav´
es do uso de s´
eries de tempo.
Entretanto, sabe-se pelo menos desde de Klein & Bawa (1976), Jobson &
Korkie (1980) e Frost & Savarino (1986) que portf´
olios constru´
ıdos com
base em estimativas da m´
edia e da variˆ
ancia apresentam baixo desempe-
nho devido a erros de estimac¸˜
ao (ver tamb´
em Michaud, 1989, Litterman &
Scheinkman, 1991). Adicionalmente, Merton (1980) apresenta evidˆ
encias
de que a estimativas da m´
edia do retorno de ativos s˜
ao mais imprecisas do
que estimativas da covariˆ
ancia destes, enquanto Jorion (1985) mostra que
erros na estimac¸˜
ao da m´
edia tˆ
em maior impacto nos pesos da carteira do
que erros na estimac¸˜
ao da matriz de covariˆ
ancia. Por esses motivos, o pre-
sente estudo segue a literatura emp´
ırica1e se at´
em a portf´
olios de variˆ
ancia
m´
ınima.2
Mesmo se atendo somente `
a estimac¸˜
ao da matriz de covariˆ
ancia, er-
1Ver, por exemplo, Chan et al. (1999), Jagannathan & Ma (2003), DeMiguel & Nogales
(2009), Caldeira et al. (2013), entre outros.
2Note que os resultados em Okhrin & Schmid (2006) permitem uma an´
alise similar
para o caso de um investidor com utilidade esperada quadr´
atica.
Rev. Bras. Financ¸as (Online), Rio de Janeiro, V13, No. 4, October 2015 545

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