Primeira entrevista com o ministro Dias Toffoli

AutorFernando de Castro Fontainha/Carlos Victor Nascimento dos Santos/Pedro Jimenez Cantisano/Diego Werneck Arguelhes/Thomaz Henrique Pereira
Páginas26-61
26 HISTÓRIA ORAL DO SUPREMO [VOLUME 21]
Primeira entrevista com o
ministro Dias Toffoli
PROJETO > O Supremo por seus ministros: a história
oral do STF nos 25 anos da Constituição (1988-2013)
ENTREVISTADO > José Antonio Dias Toffoli
LOCAL > Brasília - DF - Brasil
ENTREVISTADORES > Fernando de Castro Fontainha e
Carlos Victor Nascimento dos Santos
TRANSCRIÇÃO > Fernanda de Souza Antunes
DATA DA TRANSCRIÇÃO > 05 de fevereiro de 2015
CONFERÊNCIA DE FIDELIDADE > Pedro Cantisano,
Leonardo Sato
DATA DE CONFERÊNCIA > 10 de dezembro de 2016
15 de agosto de 2017
ENTREVISTA > 20 de outubro de 2014
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Fundação Getulio Vargas
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DIAS TOFFOLI
Apresentação pessoal, dos membros da família
e a infância em uma fazenda em Marília-SP;
formação religiosa
[FERNANDO FONTAINHA > F.F.] Nós estamos aqui, em
Brasília, no Gabinete da Presidência do Superior Tribunal
Eleitoral. Presentes, eu mesmo, Fernando Fontainha, professor
da FGV Direito Rio; Carlos Victor Nascimento dos Santos,
assistente de pesquisa da FGV Direito Rio; Leonardo, analista
de áudio e vídeo; Juliana Neiva, assessora do ministro Dias
Toffoli, e, obviamente, nosso entrevistado de hoje, o ministro Dias
Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal, em exercício na
Presidência do Superior Tribunal Eleitoral. Ministro, em nome
próprio e em nome da Fundação Getulio Vargas, eu gostaria de
agradecer imensamente pela sua disponibilidade em nos conceder
esse depoimento, que vai integrar o nosso programa de história
oral. Eu gostaria muito, ministro, de começar essa entrevista
perguntando ao senhor o seu nome completo, data e local do seu
nascimento, nome e prof‌i ssão dos seus pais.
[DIAS TOFFOLI > D.T.] O meu nome é José Antonio Dias
Toffoli. Eu nasci em Marília, no interior do estado de São Paulo,
uma cidade que f‌i ca no oeste do estado de São Paulo, a 440 km da
capital. O meu pai, Luiz Toffoli, quando eu nasci, era cafeicultor
e a minha mãe, Sebastiana Seixas Dias Toffoli, era professora
do ensino regular e, depois que teve muitos f‌i lhos, acabou se
dedicando inteiramente ao lar.
[F.F.] Quantos irmãos o senhor tem?
[D.T.] Eu nasci em 15 de novembro de 1967, oitavo f‌i lho de
um casal que teve nove f‌i lhos.
[F.F.] Quantos deles estão no Direito?
[D.T.] No Direito há eu, uma irmã, que fez Direito quando já
estava com 50 anos, como um segundo curso – ela, de prof‌i ssão, é
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f‌i sioterapeuta – e um outro irmão, que também fez Direito como
um segundo curso. Ele era contador ¬ é contador − e depois fez o
curso de Direito, já também em uma idade mais madura.
[F.F.] Qual memória o senhor tem da casa onde o senhor
cresceu?
[D.T.] Eu nasci na rua Lima e Costa, 969, na cidade de Marília,
e, em frente, f‌i cava uma escola, onde eu f‌i z o meu primeiro ano,
onde eu aprendi a ler e a escrever, era só atravessar a rua. Mas,
logo em seguida desse primeiro ano, com sete anos de idade, sete
ou oito anos de idade, a família se mudou para a casa da fazenda
do meu pai. Ele adquiriu uma propriedade perto da cidade, f‌i cava
a 14 km do centro, e, nessa fazenda, eu acabei passando a minha
infância, até o início da adolescência. Então, eu morei na zona
rural.
[F.F.] O senhor se lembra do nome dessa escola?
[D.T.] Escola Gabriel Monteiro da Silva, onde eu f‌i z o meu
primeiro ano de ensino primário. Essa escola, Gabriel Montei-
ro da Silva, é uma escola pública, da rede estadual de ensino. A
partir do segundo ano, eu passei a estudar em uma escola par-
ticular, de uma ordem religiosa, a dos irmãos do Sagrado Cora-
ção de Jesus. A maioria deles era proveniente – e é, ainda, – do
Canadá. São de uma ordem religiosa que tem a sua origem na
França, o Sagrado Coração de Jesus. Eles têm tanto ordem de
mulheres quanto de homens. Essa é uma ordem masculina, e
eles administram o colégio Cristo Rei de Marília. E eu, do se-
gundo ano primário até o terceiro do colegial, estudei no colé-
gio Cristo Rei de Marília.
[F.F.] Como era a vida na fazenda?
[D.T.] Era muito agradável. Acordávamos cedo, todos iam
juntos, no carro do meu pai, para a cidade, e, então, tínhamos
horários de nos encontrar, todos os irmãos. Porque apesar, por
exemplo, de a minha aula começar às oito horas no primário, as

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