Prefácio

AutorMariane Josviak/Regina Bergamaschi Bley/Silvia Cristina Trauczynski
Páginas7-9

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Num tempo em que querem impingir ao debate público, como resposta para a questão social no Brasil, "soluções" como a redução da maioridade penal, surge "Aprendizagem Profissional e Direitos Humanos".

A Aprendizagem Profissional é a resposta óbvia, porém ignorada por aqueles que se limitam a reproduzir o discurso raso, que não vai mais além do que dividir as pessoas entre "do bem" e "do mal", negando até mesmo a simples possibilidade da superação das adversidades pela educação e pelo trabalho.

É claro que os participantes desta obra coletiva não aceitam esse discurso raso, fácil e derrotista. E não se trata de engajar-se na busca de uma utopia. Trata-se, tal qual ensinou Rudolf Steiner, de construir um sistema social "que parte do conhecimento do homem em seus impulsos sociais e antissociais e promove, em sua concretização, as capacidades sociais que podem despertar em meio a toda fraqueza e egoísmo, quando são desenvolvidas por formas de convivência saudáveis, modernas, verdadeiramente humanas.1

A Aprendizagem Profissional é a política pública central para a juventude brasileira, pois é ela que materializa o direito fundamental à profissionalização, a boa transição entre o mundo da escola e o mundo do trabalho.

A relevância desta obra é evidente. Porque o que distingue a civilização da barbárie, o ser humano do mero animal, é a educação. Porque entre o fracasso e o sucesso, existe mais do que o necessário empenho pessoal. Existe a necessidade de que todos e todas tenham as condições materiais mínimas para poder pretender existir, para poder participar do jogo da vida.

Em outras palavras, trata-se de fazer valer o propósito dos Direitos Humanos: criar os caminhos que indiquem, aos milhões de adolescentes em situação de vulnerabilidade social, uma saída da exclusão e da marginalidade, uma oportunidade.

No dizer de Herrera Flores,

"No todo derecho o teoria sobre los derechos nos pone ante la exigência y la necesidad de que los seres humanos desarrollen y se apropien de lo que les corresponde en su camino hacia la dignidad de sus vidas. Luchemos por derechos y teorias que apelen a lo humano concreto que se despliega bajo el critério de riqueza humana."2

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Vivemos tempos de descrença nas Instituições, no Estado, principalmente no Estado Social e sua capacidade de dar uma resposta às necessidades básicas da população. Vivemos o que muitos já identificaram como uma crise da solidariedade. Fracassadas as propostas do socialismo, em...

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