Política e retórica em leonardo bruni 225

AutorRaul Salvador Blasi Veyl
Páginas245-253
POLÍTICA E RETÓRICA EM LEONARDO BRUNI
Raul Salvador Blasi Veyl1
1 INTRODUÇÃO
O debate acerca do posicionamento político do movimento
intitulado por Hans Baron como humanismo cívico é elemento de
inúmeras controvérsias no ambiente de análises do Renascimento
Italiano, em especial para aqueles que se debruçam sobre os
estudos do Quattrocento.
Autores como Hans Baron e Eugenio Garin tendem a advogar
pela aproximação atávica entre o humanismo cívico e o
republicanismo, remontando à argumentação de autores do
quattrocento que insistem em trabalhar o tema da fundação da
cidade de Florença no período republicano de Roma, ou ainda da
insistência temática nos elementos como a participação popular e a
liberdade das comunas frente a poderes tirânicos em todo o norte
da Itália.
Por outro lado, os estudos dos últimos quarenta anos, os
trabalhos produzidos por James Hankins, John Najemy e Gene
Brucker, tendem a ressaltar a influência do humanismo cívico na
formação de uma política oligárquica e na ascensão dos Médici ao
poder. Para esta tradição, os trabalhos de Baron, a despeito de seu
valor imensurável aos estudos renascentistas, devem ser vistos com
cautela, uma vez que trabalham com menor atenção o período que
se desenvolve entre o despontar político de Cosimo di Médici em
1429 e a expulsão da família em 1494.
No cerne deste debate encontra-se a necessidade de
demarcação política de Leonardo Bruni: seria o Chanceler
Florentino adepto aos ideais republicanos ou oligárquicos? A
questão é problemática, sobretudo, em razão de ser Bruni o eleito
por Baron como um dos “modelos” de pensadores do Humanismo
Cívico e, consequentemente, do republicanismo, sendo o Elogio à
Cidade de Florença e as Histórias do Povo Florentino, exemplos,

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