Pobreza e gênero: evolução dos indicadores de pobreza Foster-Greer-Thorbecke (FGT) para o Brasil

AutorChinara Mendes Schinaider - Izabella Maria da Silva Viana - Evandro Camargos Teixeira
CargoDepartamento de Economia, Universidade Federal de Viçosa, (UFV), Minas Gerais, Brasil - Departamento de Economia, Universidade Federal de Viçosa, (UFV), Minas Gerais, Brasil - Departamento de Economia, Universidade Federal de Viçosa, (UFV), Minas Gerais, Brasil
Páginas1-22
Artigo
Original
Textos de Economia, Florianópolis, v. 23, n. 1, p. 1-22, jan./jul., 2020. Universidade Federal de Santa Catarina.
ISSN 2175-8085. DOI: https://doi.org/10.5007/2175-8085.2020.e71922 .
POBREZA E GÊNERO: EVOLÃO DOS INDICADORES
DE POBREZA FOSTER-GREER-THORBECKE (FGT) PARA
O BRASIL
Poverty and gender: Evolution of poverty indicators Foster-Greer-Thorbecke
(FGT) for Brazil
Chinara Mendes SCHINAIDER
Departamento de Economia
Universidade Federal de Viçosa, (UFV), Minas Gerais, Brasil
chinaraschinaider@hotmail.com
Izabella Maria da Silva VIANA
Departamento de Economia
Universidade Federal de Viçosa, (UFV), Minas Gerais, Brasil
izabellam29@gmail.com
Evandro Camargos TEIXEIRA
Departamento de Economia
Universidade Federal de Viçosa, (UFV), Minas Gerais, Brasil
evandro.teixeira@ufv.br
RESUMO
Objetivo: O objetivo desse artigo é avaliar a hipótese de que houve feminização da pobreza no Brasil nos anos de 2005
e 2015, utilizando-se dados da Pesquisa Nacional po r Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). A partir do índice de pobreza Foster-Greer-Thorbecke (FGT), foi calculada a proporção de pobres (P0)
em relação ao restante da população, o hiato de pobreza (P1) e sua severidade (P2) para o Brasil e suas macrorregiões,
segundo gênero, posição na ocupação e na família. Os principais resultados não apontam evidências de feminiz ação da
pobreza no período quando são comparados os gêneros. Porém, levando-se em consideração a posição de ocupação da
mulher (chefe ou cônjuge) e o tipo de família (mulher com filhos), houve aumento na incidência e intensidade da pobreza
ao longo dos anos analisados.
PALAVRAS-CHAVE: Pobreza. Gênero. Economia feminista.
ABSTRACT
Objetive: O resumo é um breve sumário do artigo. Ele deve ser uma descrição completa e sintética do conteúdo do artigo,
indicando os objetivos e os aspectos centrais do argumento, a forma de abordagem do tema e as conclusões e/ou
hipóteses do estudo. As informações devem ser expostas em um parágrafo, com narrativa contendo introdução (tema
central do estudo e objetivos), meio (forma de abordagem do tema e fontes utilizada s) e fim (conclusões ou hipóteses
principais). Methods: Utiliza os métodos de pesquisa X, Y, Z, com abordagem qualitativa, quantitativa, com a amostra
populacional X, num universo Y. Results: Quais os principais resultados de sua pesquisa? Não precisa citar todos, apenas
os mais relevantes. Instruções técnicas para elaboração do resumo: deve ser redigido em fonte Arial, tamanho 9, com
espaçamento entre linhas do tipo simples, c om alinhamento justificado e h ifenizado. Ele deve ser apresentado sem
parágrafo e sem referências bibliográficas, contendo, no mínimo 100, no máximo, 250 palavras. Dar p referência para
resumo estruturado, que é um padrão internacional com: os objetivos, métodos, os resultados e as conclusões.
Conclusions: Apresente ao leitor qual a pri ncipal contribuição do seu estudo. O resumo é uma vitrine para os leitores é
a partir dele que os pesquisadores tomam a decisão de lê-lo ou inclui-lo em suas investigações.
KEYWORDS: Poverty. Gender. Feminist economics.
Classificação JEL: B54; B55; I32
Recebido em: 01-03-2020. Aceito em: 06-07-2020.
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Textos de Economia, Florianópolis, v. 23, n. 1, p. 1-22, jan./jul., 2020. Universidade Federal de Santa Catarina.
ISSN 2175-8085. DOI: https://doi.org/10.5007/2175-8085.2020.e71922
1 INTRODUÇÃO
Pode-se definir pobreza como algum tipo de privação, que pode estar relacionada a
bens materiais ou incluir elementos de ordem cultural e social, frente a recursos disponíveis
de uma pessoa ou família (KAGEYAMA e HOFFMANN, 2006).
Em estudo realizado pela OXFAM (2017), a pobreza estava presente na vida de mais
de 700 milhões de pessoas no mundo, tratando-se de uma situação extrema. No Brasil,
muitos trabalhos já foram realizados retratando esta temática, entretanto aqueles que
relacionam pobreza e gênero ainda são escassos. Especificamente, no que tange esta
relação, a visão majoritariamente aceita nos últimos anos é de que vem ocorrendo
empobrecimento mais acentuado das mulheres ou das pessoas em domicílios chefiados
por mulheres. Em consequência, esses dois grupos estariam entre os mais pobres, mas
este não é consenso na literatura (COSTA et al., 2005).
Tal expectativa denotada pela literatura advém das estatísticas recentes. De acordo
com o Relatório do Desenvolvimento Humano (1995), a pobreza tem perfil feminino de
1,3 bilhões de pessoas consideradas pobres, 70% são mulheres. Esta proporção, no
entanto, é questionada por Marcoux (1998), pois se 70% dos pobres são mulheres, então
ter-se-ia a proporção de 4,3 mulheres pobres para cada homem pobre (NOVELLINO, 2004).
Dada a heterogeneidade entre as regiões, a hipótese de que há feminização da pobreza
não pode ser generalizada, pois o acesso ao mercado de trabalho e educação são
distribuídos de maneira desigual, assim como as relações monoparentais.
Levando em consideração o que fora destacado, o objetivo da presente pesquisa é
avaliar a hipótese de que houve feminização da pobreza no Brasil, comparando-se os anos
de 2005 e 2015. Para fins de análise, neste estudo, o fenômeno de feminização da pobreza
ocorrerá quando a pobreza apresentar crescimento (absoluto ou relativo) entre as
mulheres. Nesse sentido, a pobreza feminina será confirmada, em termos absolutos,
quando houver crescimento dos níveis de pobreza para as mulheres; e em termos relativos,
se o grupo das mulheres apresentar redução dos níveis de pobreza em menor grau em
relação à redução entre os homens considerando o mesmo para mulheres chefes,
mulheres cônjuges e famílias chefiadas por mulheres.
O estudo está dividido em cinco seções. Além dessa introdução, são apresentados
na segunda seção estudos que debatem a temática da pobreza relacionada ao gênero e
as principais definições sobre feminização da pobreza. Posteriormente, na terceira seção é

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