Perfil dos trabalhadores da indústria de móveis de Arapongas
| Autor | Luís Miguel Luzio dos Santos/Cássio Chia Jang Tsay/Rubens de França Teixeira |
| Cargo | Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) |
| Páginas | 81-84 |
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Estamos num processo acelerado de mudanças, tanto tecnológicas como de caráter sociológico e comportamental. Se por um lado verifica-se um desenvolvimento ímpar em termos de capacidade técnica e um crescimento em indicadores de produtividade e desempenho, paralelelamente contrasta a maquinização do ser humano: os seres humanos vêem-se aproximando cada vez mais do comportamento das máquinas.
Percebe-se uma "evolução" cada vez mais apartada de atributos genuinamente humanos, priorizando-se o tecnicismo e o funcionalismo em nome da eficiência a qualquer custo em detrimento dos laços coletivos e do bem estar generalizado, o que coloca em questão o próprio conceito de desenvolvimento humano.
A cidade de Arapongas representa de forma emblemática o descompasso entre desenvolvimento industrial e técnico e as relações humanas no trabalho, notadamente com o seu parque moveleiro de grande pujança e destaque nacional, porém esse desenvolvimento está descompassado em relação à qualidade de vida do operariado de uma forma geral.
A presente pesquisa teve o intuito de apurar o perfil e nível de bem-estar social dos operários das indústrias de móveis de Arapongas, no sentido de conhecer a realidade e poder levantar as principais demandas dessa população.
Foi realizada uma pesquisa de caráter exploratório com 586 trabalhadores de 30 diferentes indústrias de móveis de Arapongas - Paraná, escolhidas de forma a respeitar a representatividade do setor na cidade. Ou seja, foram contactadas indústrias de diferentes portes que permitissem a coleta de informações junto aos trabalhadores de maneira a se buscar uma representatividade que se traduzisse em confiabilidade e validade dos resultados apurados.
Dessa forma, houve um levantamento perliminar das
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Indústrias potenciais e posterior contato para viabilizar a coleta de informações, chegando-se a um número final de 30 indústrias, que, ao mesmo tempo, eram representativas nas suas características e se desponibilizavam a participar da pesquisa.
Uma vez definidas as organizações que fariam parte da pesquisa, partiu-se para a fase de levantamento de dados. Para isso, foram desenvolvidos e aplicados, junto aos funcionários, questionários semi-estruturados que tiveram por finalidade levantar o perfil sócio-econômico dessa população, tomando-se o cuidado em desenvolver um instrumento de pesquisa de fácil entendimento e de respostas diretas, levando-se em conta a baixa escolaridade de parte do público entrevistado.
Os procedimentos metodológicos desen-volvidos neste trabalho foram balizados pela obra de Cooper e Schindler (1995), que, por seu caráter didático e enfoque específico nas Ciências Administrativas, veio contribuir de forma particular para o desenvolvimento da presente pesquisa.
Os tempos atuais vêm sendo moldados por uma constante preocupação com a inovação e a busca incessante em ultrapassar desafios, de forma a se poder integrar num mundo cada vez mais complexo e globalizado, em que a competição vem se acirrando e os níveis de exigência se refinando. Dentro desse cenário há um destaque especial para o fator humano, que é cada vez mais exigido, tornando-se elemento sine qua non no desenvolvimento do processo de inovação e de melhoria constante.
No entanto, esse destaque ao elemento humano ainda encontra eco mais no campo teórico do que na prática das organizações. Ainda hoje, inúmeras são as empresas que funcionam de modo semelhante a uma máquina, privilegiando a rotina, a previsibilidade das ações e o controle de praticamente todos os recursos envolvidos nesse ambiente organizacional, inclusive dos chamados recursos humanos. Hora para chegar, hora para descansar, hora para sair, conjunto predeterminado de atividades, treinamentos específicos para padronizar as interações entre funcionários...
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