Penas e Gozos Terrenos

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Código de Direito Natural Espírita
P A R T E E S P E C I A L
ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES
CAPÍTULO I
PENAS E GOZOS TERRENOS
I - FELICIDADE E INFELICIDADE RELATIVAS
(O Livro dos Espíritos, itens 920 a 933)
Artigo 207  O homem não pode gozar na Terra uma felicidade
completa, pois a vida lhe foi dada como prova ou expiação, mas dele
depende abrandar os seus males e ser tão feliz quanto se pode ser na
Terra.
Artigo 208  O homem será feliz na Terra quando a Humanidade
estiver transformada. Mas, enquanto isso não se verifica, pode cada um
gozar de uma felicidade relativa. O homem é, na maioria das vezes, o
artífice de sua própria infelicidade. Praticando a lei de Deus ele pode poupar-
se a muitos males e gozar de uma felicidade tão grande quanto o comporta
a sua existência num plano grosseiro.
208.1  Punições pelos próprios males decorrentes das infrações
às leis da existência corpórea- Comentário de Kardec no item 921 de O
Livro dos Espíritos:
O homem bem compenetrado do seu destino futuro não vê na
existência corpórea mais do que uma rápida passagem. É como uma parada
momentânea numa hospedaria precária. Ele se consola facilmente de
alguns aborrecimentos passageiros, numa viagem que deve conduzi-lo a
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José Fleurí Queiroz
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uma situação tanto melhor quanto mais atenciosamente tenha feito os
seus preparativos para ela.
Somos punidos nesta vida pelas infrações que cometemos às leis
da existência corpórea, pelos próprios males decorrentes dessas infrações
e pelos nossos próprios excessos. Se remontarmos pouco a pouco à origem
do que chamamos infelicidades terrenas, veremos a estas, na sua maioria,
como a consequência de um primeiro desvio do caminho certo. Em virtude
desse desvio inicial, entramos num mau caminho e, de consequência em
consequência, caímos afinal na desgraça.
A medida comum de felicidade para todos os homens
Artigo 209  A felicidade terrena é relativa à posição de cada um;
o que é suficiente para a felicidade de um faz a desgraça de outro. Há,
entretanto, uma medida comum de felicidade para todos os homens:
Para a vida material, a posse do necessário, para a vida moral, a
consciência pura e a fé no futuro.
O necessário e o supérfluo
Artigo 210  Aquilo que seria supérfluo para um, pode ser
considerado como necessário por outro, segundo as nossas idéias materiais,
os nossos preconceitos, a nossa ambição e todos os nossos caprichos,
para os quais o futuro fará justiça quando tivermos a compreensão da
verdade. Aquele que tivesse uma renda de cinquenta mil libras e a visse
reduzida a dez mil, considerar-se-ia muito infeliz por não poder continuar
fazendo boa figura, mantendo o que chama a sua classe, ter bons cavalos
e lacaios, satisfazer a todas as paixões etc. Julgaria faltar-lhe o necessário.
Mas, francamente, pode-se considerá-lo digno de lástima, quando a seu
lado há os que morrem de fome e de frio, sem um lugar em que repousar
a cabeça. O homem sensato, para ser feliz, olha para baixo e jamais para
os que lhe estão acima, a não ser para elevar a sua alma ao infinito.
O limite do necessário e do supérfluo
Artigo 211  O sensato conhece por intuição o limite do
necessário, mas muitos o conhecem à custa de suas próprias experiências.
A Natureza traçou o limite do necessário na própria constituição do homem,
mas ele é insaciável: os vícios lhe alteraram a constituição e criaram para
ele necessidades artificiais (itens 715 e 716 de O Livro dos Espíritos).

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