Parceiros em quê? A aliança para o progresso e a política editorial de modernização da América Latina no contexto da Guerra Fria

AutorRafael R. Iorisa - Josiane Mozerb
CargoUniversity of Denver, History Department and Latin American Center, Josef Korbel School of International Studies, Denver, CO, Estados Unidos - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de História, Porto Alegre, RS, Brasil
Páginas529-548
Esboços, Florianópolis, v. 26, n. 43, p. 529-548, set./dez. 2019.
ISSN 2175-7976 DOI https://doi.org/10.5007/2175-7976.2019.e61478
artigo
original
529/648
PARCEIROS EM QUÊ? A
ALIANÇA
PARA O PROGRESSO
E A POLÍTICA
EDITORIAL DE MODERNIZAÇÃO DA
AMÉRICA LATINA NO CONTEXTO DA
GUERRA FRIA
Partners in What? The Alliance for Progress and the Editorial Policies
for Modernizing Latin America in the Cold War Era
Rafael R. Iorisa
https://orcid.org/0000-0003-1956-2698
E-mail: rafael.ioris@du.edu
Josiane Mozerb
https://orcid.org/0000-0002-1251-8566
E-mail: josiane.mozer@ymail.com
a University of Denver, History Department and Latin American Center, Josef Korbel School of
International Studies, Denver, CO, Estados Unidos
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Departamento de História, Porto Alegre, RS, Brasil
histórias em contextos globais
Esboços, Florianópolis, v. 26, n. 43, p. 529-548, set./dez. 2019.
ISSN 2175-7976 DOI https://doi.org/10.5007/2175-7976.2019.e61478 530/648
RESUMO
A Aliança para o Progresso, política elaborada pelo governo Kennedy, no início dos anos 1960, com
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dilema de difícil conciliação. Por um lado, as demandas da região por desenvolvimento econômico
não poderiam mais ser ignoradas; por outro, percebia que um desenvolvimento autônomo da América
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Estados Unidos. Entre as pressões dos países latino-americanos e os interesses hegemônicos dos
Estados Unidos, a Aliança foi rapidamente assumindo contornos coercitivos e ideológicos, esvaziando
de sentido a proposta de parceria para o bem comum. Baseando-se em documentação produzida pelo
Departamento de Estado e pela Agência de Informação dos Estados Unidos (USIA), o presente artigo
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os debates sobre desenvolvimentismo travados no Brasil e na América Latina e, assim, promover a
defesa de um capitalismo adequado à hegemonia estadunidense. A análise demonstra que, apesar de
inovadora e ambiciosa como política externa hemisférica, a implementação da Aliança foi permeada
por continuidades ideológicas e preocupações geopolíticas tradicionais do relacionamento dos Estados
Unidos com a região latino-americana.
PALAVRAS-CHAVE
Guerra Fria. Aliança para o Progresso. USIA.
ABSTRACT
The Alliance for Progress, program devised by the Kennedy administration early in the 1960s, aimed
at promoting regional development of Latin America along US-like capitalist lines, was mired in an
inherent contradiction. On the one hand, the program acknowledged that the US could no longer ignore
Latin American demands for development. On the other, it realized that its autonomous development,
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the region. In the interplay of Latin American pressures and hegemonic interests of the United States,
the Alliance assumed coercive and ideological contours, rendering the partnership for common good
meaningless. Grounded on primary documentation produced by the State Department and the US
Information Agency (USIA), the present article examines the ideological action of the Alliance for

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America so to promote capitalism appropriate to American hegemony. The analysis demonstrates that,
in spite of being an innovative and ambitious external policy, the implementation of the Alliance was
mired in ideological continuities and geopolitical concerns traditionally shaping the relation between the
United States and Latin America.
KEYWORDS
Cold War. Alliance for Progress. USIA.

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