Padrão de especialização do comércio internacional do Maranhão (1999-2016)

AutorLaís Viera Trevisan - Alison Geovani Schwingel Franck - Rodrigo Abbade da Silva - Daniel Arruda Coronel
CargoAdministradora - Contador - Economista - Economista
Páginas844-862
PADRÃO DE ESPECIALIZAÇÃO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL DO MARANHÃO
(1999-2016)
Laís Viera Trevisan1
Alison Geovani Schwingel Franck2
Rodrigo Abbade da Silva3
Daniel Arruda Coronel4
Resumo: Este estudo buscou avaliar o padrão de especialização do comércio internacional do Estado do Maranhão,
identificando os setores produtivos mais dinâmicos, no per íodo entre 1999 e 2016. Nesse sentido, foram calculados os
indicadores de Vantagem Comparativa Revelada Simétrica (IVCRS), de Comércio Intraindústria (CII) e de Concentração
Setorial das Exportações (ICS). Os resultados dos cálculos do IVCRS e do CII apontam que o estado possui dois setores
competitivos no mercado internacional, os quais são metais comuns e quí micos. Além daqueles indicadores, o ICS indicou
que o Maranhão tem uma pauta de exportações concentrada em poucos setores, send o pouco diversificada.
Palavras-chave: Exportações. Vantagem comparativa. Maranhão.
THE SPECIALIZATION PATTERN OF INTERNATIONAL TRAD E OF MARANHÃO (1999-2016)
Abstract: This study aimed to evaluate the specialization pattern in international trade in the state of Maranhão, identifying
the most dynamic productive sectors in the period between 1999 and 2016. In this sense, the Revealed Symmetr ic
Comparative Advantage (IRSCA) indicator was calculated, as well as the Intra-industry trade index (IIT), the Industry
Concentration of Exports (ICS), and the Import Coverage Ratio (IC). The results of the calculations of the RSCA and the IIT
indicate that the state has two competitive sector s in the international market: common metals and chemicals. In addition to
these indicators, the ICS indicated that Maranhão has an export basket concentrated in a few sectors, with little
diversification, and the IC pointed out that the footwear and leather, textiles and metals are the sectors that most exceed
imports in relation to the exported value.
Keywords: Exports. Comparative advantages. Maranhão
Artigo recebido em: 12/10/2018 Aprovado em: 12/09/2019
DOI: http://dx.doi.org/10.18764/2178-2865.v23n2p844-862.
1 Administradora. Mestranda do Programa de Pós-Gradua ção em Gestão de Organizaçõe s Públicas (PPGOP) da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Assistente em Administração na Pró-Reitoria de Administração da UFSM. E-
mail: laisvtrevisan@gmail.com
2 Contador. Mestrando do Program a de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM). E-mail: alischfranck@hotmail.com
3 Economista. Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC). E-mail:abbaders@gmail.com
4 Economista. Administrador. Mestre em Agronegócios pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Doutor
em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Professor Associado do Departamento de Economia e
Relações Internac ionais, com atuação como Docente Permanente nos Programas de Pó s-Graduação (Stricto sensu) em
Gestão de Organizações Públicas, de Agronegócios e de Economia e Desenvolvimento, da Univer sidade Federal de Santa
Maria (UFSM). E-mail: daniel.coronel@uol.com.br
Laís Viera Trevisan, Alison Geovani Schwingel Franck, Rodrigo Abbade da Silva e Daniel Arruda
Coronel
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1 INTRODUÇÃO
Na década de 1990 ocorreu no Brasil um aprofundamento do processo de liberalização
econômica, proporcionando a entrada dos produtos brasileiros no mercado internacional, bem como a
inserção de diversos produtos estrangeiros no país. Com as medidas tomadas na época, esperava-se
uma maior exposição ao comércio internacional e um aumento da competitividade das empresas
nacionais.
De acordo com Rossi Júnior e Ferreira (1999), a abertura comercial permitiu maior
especialização do país nos setores em que sua vantagem competitiva é maior, aumentando sua
produtividade média e marginal.
As relações comerciais entre as nações são fontes de estudo de diversas teorias. A
primeira delas foi a Teoria da Vantagem Absoluta, de Adam Smith (1984), a qual, conforme Coutinho et
al. (2005), afirmam que cada país deve se concentrar na produção dos bens que lhe oferecem
vantagem absoluta. David Ricardo (1982) desenvolveu a Teoria das Vantagens Comparativas,
enfatizando que as vantagens comparativas são provenientes de um único fator: as diferenças
existentes entre as nações com relação à produtividade do trabalho (HIDALGO; MATA, 2004). Em
1933 surgiu a Teoria das Proporções dos Fatores, criada pelos economistas suecos Eli Heckscher e
Bertil Ohlin, a qual evidenciou as diferenças internacionais nas dotações de fatores. Segundo essa
teoria, um país exporta mercadorias intensivas no fator relativamente abundante e importa mercadorias
intensivas no fator escasso (HIDALGO, 1998).
Dentro dessa discussão, compreende-se a significância do tema para o desenvolvimento
de estratégias de comércio internacional das nações e evidencia-se a importância de estudar a pauta
exportadora dos estados brasileiros. Neste artigo, especificamente, será abordado o padrão de
exportações do Maranhão, bem como os impactos da sua abertura comercial.
Nesse contexto, este estudo visa analisar o padrão de especialização das exportações do
Maranhão, no período de 1999 a 2016, identificando os setores produtivos mais dinâmicos do estado e
compreendendo a composição da sua pauta exportadora. Para alcançar tais objetivos, foram utilizados
alguns índices de comércio internacional. São eles: indicador de Vantagem Comparativa Revelada
Simétrica (IVCRS), Comércio Intraindústria (CII) e Concentração Setorial das Exportações (ICS).
Assim, este artigo está estruturado da seguinte forma, além desta introdução: na seção 2,
é apresentada a estrutura das exportações do Maranhão; posteriormente, na seção 3, apresenta-se a
descrição dos procedimentos metodológicos; na seção 4, são analisados os resultados obtidos e, por
fim, na seção 5, são pontuadas as considerações finais do trabalho.

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