O outro de Ana Cristina Cesar: WW ou um qualquer
Autor | Ana Carolina Cernicchiaro |
Páginas | 176-196 |
BOLETIM DE PESQUISA NELIC
V° 9 - N° 14
Ahead of print
DO COMEÇO AO FIM DO POEMA
Alberto Pucheu
BOLETIMDEPESQUISANELIC:EdiçãoEspecial
V°3–DossiêAnaCristinaCesar
Artigos
OOUTRODEANACRISTINACESAR:
WWouumqualquer
AnaCarolinaCernicchiaro
2010.1
Artigo – O OUTRO DE ANA CRISTINA CESAR – Ana Carolina Cernicchiaro Boletim de Pesquisa NELIC – Edição Especial V. 3 2010.1
Quem é Ana Cristina Cesar? A quem perguntar senão ao
outro (como fazia Jacques Derrida ao gato1), a um outro, ao
outro qualquer que somos nós seus leitores, estes que ela
abraça e se joga aos pés; ao outro qualquer que são seus
amigos: WW, KM, LM, Jack, Charles, Caio, Ângela, enfim, um
índice onomástico inteiro. Aos outros seus conterrâneos, não só
os do Rio de Janeiro, mas os da cidade dos poetas, Londres,
Lisboa, Paris, Nova York, Belo Horizonte, São Paulo, etc, etc,
etc. Ao outro suas personagens, suas máscaras, Ana C, ACC,
Ana Cristina Cesar, o gato, a toalha, aquela que ouve Roberto
Carlos, que assiste Casablanca, que briga com Freud, que
conversa com uma amiga, que bate à porta de um amigo, que
pega um táxi, que fuma debaixo da janela, “meio-bruxa, meia-
fera”, a que tem sobressaltos, que escreve no automóvel, entre
tantas outras que não são. Não são porque não há Ana Cristina
Cesar. Há apenas a que finge, a que diz “Tudo! Tudo menos a
verdade”, a que escreve cartas, poemas e diários onde “os
personagens usam disfarces, capas, rostos mascarados”, onde
Uma versão reduzida deste texto foi apresentada no III Simpósio
Internacional de Literatura e Crítica Literária - Poesia Contemporânea,
em abril de 2010, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
176
1 “Quem é este que eu sou? A quem perguntar, senão ao outro? E talvez ao
próprio gato?”. DERRIDA, Jacques. O animal que logo sou. Trad. Fábio
Landa. São Paulo: Ed. UNESP, 2002. p. 18.
Para continuar a ler
PEÇA SUA AVALIAÇÃO