História e filosofia da história

AutorDiogo da Silva Roiz
CargoEndereço para correspondências: Rua José Luiz Sampaio Ferraz, n. 1133, Vila Gisele, Amambai, MS, 79990-000
Páginas251-254

    Books

Page 251

DOSSE, F. A história. Bauru, SP: Edusc, 2003. 326p. Trad. Maria Elena Ortiz Assumpção.

A discussão sobre as proximidades e os distanciamentos entre a História e as Filosofias da História não é recente. Desde a definição de o que é historiador, elaborada na Antigüidade Clássica, na Grécia do século V antes de Cristo, o historiador se viu às voltas com a questão de que a História era um discurso, dentre vários outros, sobre as sociedades do passado. Depois, quando Aristóteles diferenciou História e Poesia Épica, discorrendo que, por ser mais filosófica e dizer respeito ao geral, a poesia épica se sobrepunha à História, não foram poucos os momentos em que os historiadores se preocuparam em dar caráter geral e filosófico a seu discurso e na pesquisa histórica. Talvez o período em que as relações entre história, filosofia e literatura tiveram seu auge tenha sido no século XVIII, no qual houve o questionamento da razão sobre a fé, e todas as áreas apontadas estiveram articuladas a partir das filosofias da história. A justificativa estava em que as filosofias da história se pautavam num discurso que manifestava sua preocupação com a questão do direcionamento a ser seguido e atingido pela humanidade (entenda-se européia) em um futuro possível, de acordo com suas interpretações, que se embasavam na possibilidade de haver progresso material contínuo, dentro do qual a história teria sentido linear.

Sabe-se que essa filosofia da história esteve atrelada às conseqüências da Revolução Francesa e da Revolução Industrial. Como demonstrou Maria das Graças de Souza, em sua tese de livre docência, publicada em 2001 com o título História e ilustração, a filosofia da história apontada acima foi uma dentre várias outras, embora ela obtivesse na época maior consenso, bastando para isso observar os casos de Rousseau, Voltaire e Condorcet.

Page 252

Assim como no iluminismo francês do século XVIII não houve uma única filosofia da história, em outros lugares e em outros momentos da história também não houve uma única filosofia da história.

No entanto, a negação, quase unânime atualmente, sobre as filosofias da história se deve às conseqüências nada lisonjeiras da I e da II Guerra Mundial e das discussões que foram geradas após seu término, cujo auge talvez tenha sido na década de 1960. Em função dessas várias críticas sobre a idéia de progresso, sentido e linearidade contidas nas filosofias da história e que têm...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT