Nota do Autor

AutorJorge Luiz de Oliveira da Silva
Ocupação do AutorMestre em Direito Público e Evolução Social (UNESA-2004)
Páginas13-17

Page 13

No ano de 2001, cursava o Mestrado em Direito Público e Evolução Social, na Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro/ RJ. Paralelamente, exercia o magistério na mesma instituição, lecionando as disciplinas de Direito Penal e Direito Processual Penal. No entanto, minha principal ocupação era no Exército Brasileiro, onde ocupava o posto de 1º Tenente (e posteriormente Capitão) do Quadro Complementar de Oficiais de Direito.

A engrenagem da vida era incessante. Acordava às cinco horas da manhã e me dirigia ao quartel, no centro da cidade, embalado por constantes retenções de trânsito na Av. Brasil, pois residia no bairro de Parque Anchieta, bastante distante do centro da cidade. Somente retornava à minha residência, após o expediente no quartel e as aulas da Universidade, intermediadas pelas aulas do Mestrado, por volta da meia noite. Minha esposa estava grávida de nosso segundo filho e meu primeiro filho tinha apenas dois anos. Era uma época difícil, de extrema superação, que exigia abdicação e coragem.

Já havia estruturado o tema que desenvolveria em minha dissertação de Mestrado, que estava afeto ao habeas corpus como garantia constitucional. No entanto, quis o destino que eu fosse afundado num processo de extrema covardia e colocado em situação funcional sem precedentes no quartel. Meu trabalho foi inviabilizado e as cobranças passaram a ser desumanas por resultados que jamais seriam alcançados diante da situação caótica

Page 14

que era vivenciada pelo novo setor onde fui lotado. Fui recebido com a determinação que não mais poderia continuar cursando o Mestrado, pois naquele local ninguém podia estudar. Com muito custo consegui dar continuidade ao curso, com a determinação que deveria estar pronto para o trabalho às seis horas da manhã. Passei a ser responsável pelo trabalho que antes era executado por cerca de quarenta profissionais, herdando um acervo completamente caótico, com determinações judiciais de cumprimento pendentes há anos. Com o passar do tempo fui trabalhando com afinco, tentando administrar o caos e, assim, ganhando a confiança do chefe do setor, que era o menos culpado pela sordidez a qual fui incursionado. Certo dia, o setor recebeu a visita de um general vindo de Brasília, de uma Diretoria a qual o setor que eu estava lotado era subordinado. Em reunião de cartas marcadas, com a presença de oficiais, graduados e servidores civis, fui apontado por esse militar como sendo o “capitão que não queria nada com...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT