A evolução da ciência da informação a partir de conceitos-sinônimos empregados na obra ciência da informação ou informática?

AutorMarco Donizete Paulino da Silva
Páginas1-16
1
Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, v. 17, n. 34,
p.1-16, maio./ago., 2012. ISSN 1518-2924. DOI: 10.5007/1518-2924.2012v17n34p1
A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO A PARTIR DE CONCEITOS-
SINÔNIMOS EMPREGADOS NA OBRA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO OU
INFORMÁTICA?
Marco Donizete Paulino da Silva
i
Resumo: Este trabalho foi desenvolvido a partir de uma análise bibliográfica sobre artigos que co mpõem o livro
Informática ou Ciência da Infor mação?, organizado por Hagar Espanha Gomes, em 1980 . Estrutura-se como
projeto de revisão histórica em que se narra as impressões estabelecidas durante leitura da obra, evidenciando os
termos considerados relevantes e coletando-os para análise posterio r do contexto em que estes foram
empregados. Deduziu-se, dessa análise, a forma como a Ciência da Informação foi sendo reconhecida como
disciplina independente da Biblioteconomia, assim como os níveis de elaboração de cada época a partir dos
termos empregados para designá-la.
Palavras-chave: Ciência da Informação. Biblioteconomia. Documentação. Análise de ter mos.
THE EVOLUTION OF INFORMATION SCIENCE FROM SIMILAR CONCEPTS APPLIED
TO THE WORK CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO OU INFORMÁTICA?
Abstract: This work was developed from a review of literature of articles that constitute the book Ciência da
Informação ou Informática? edited by Hagar Espanha Gomes, in 1980. This is structured a s a project of
historical revisionism in which it is reco unted the reading impressions of the articles, highlighting the terms
which are conside red relevant, and collecting th em for later analysis of the context in which they were applied.
The results sho wed the way Information Science became recognized as an independent discipline, aside from
Librarianship. Also, they demonstrated the levels of development of each period regarding the terms used to
designate it.
Keywords: Information Science. Library. Documentation. Analysis of terms.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons
i Universidade Federal de São Carlos. marco_donizete@yahoo.com.br.
Recebido em: 29/05/2011; aceito para publicação em: 13/07/2012.
2
Enc. Bibli: R. Eletr. Bib. Ci. Inf., ISSN 1518-2924, Florianópolis, v. 17, n. 3 4, p.1-16, maio/ago., 2012.
1 INTRODUÇÃO
O Cientista da Informação, Bibliotecário, é considerado, no âmbito deste trabalho,
como um nativo peregrino, no sentido sugerido por Baumann (2001), motivado por uma
busca, com a confiança de que alguma mudança sempre poderá acontecer, consciente de que a
identidade do campo em que atua pode ser influenciada pelos desdobramentos do seu próprio
crescimento.
Há uma aparente necessidade de conhecer esse campo. Por isso, todos os esforços
neste sentido são válidos: seja o de rediscutir o alcance de suas práticas, seja o de retomar e
revisitar a origem de seus conceitos.
Também se considera importante ter em mente que professores, pensadores e
profissionais liberais da área estão alocados em instituições que exercem poderes de ordem
cultural e ideológica sobre o modo como a própria Ciência da Informação pode ser vivenciada
e pensada na prática cotidiana. Logo, é justo que o respeito à distinção e ao reconhecimento
dos diferentes territórios, fronteiras e políticas que constituem essa ciência e que a
caracterizam sejam mantidos como ideais a serem perseguidos.
Poderia se perguntar se a Ciência da Informação estaria sujeita às regras de vida
compartilhadas em âmbito institucional, ou, independente disso, se estaria também sujeita às
escolhas epistêmicas feitas para vivenciá-la a partir de alguns referentes.
Diferentes jogos de linguagem, diferentes gramáticas e diferentes usos constituiriam,
dessa forma, a Ciência com essas características. (WITTGENSTEIN, 1999) Porém, como
bem alerta esse autor, todos os jogos têm uma familiaridade; estão conectados por
semelhanças familiares, tendo como elemento de ligação o uso da linguagem, não havendo
um movimento ou posicionamento que seja isolado.
É importante, ao mesmo tempo, pensar a Ciência da Informação como um grande
mapeamento genético de um gene comum, mesmo que não manifesto, a toda e qualquer
configuração, independente de sua institucionalização e de sua localização geográfica.
Um gene comum para identificar em que medida conceitos, cursos, ou grupos de
pesquisa se assemelham, ou se distanciam; práticas que se diferenciam ou convergem. Seriam
esses parentescos existentes nas compreensões sobre a Ciência da Informação que a
constituiriam como tal e não a reprodução em série de uma única identidade.
Independente de atingir-se o ideal de consenso - aquele indicado por Habermas (1992)
- sobre as definições exatas da área, caminha-se. E é neste caminhar que são refeitos, dia a

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT