Mídia & Homofobia: Uma análise do discurso no mediascape paraibano

AutorJamylle Rebouças Ouverney King - Maria José Batista Filha
CargoProfessora de Inglês, Seminários Interdisciplinares I e III e Sociolinguística do IFPB - Assistente Social do IFPB, com Graduação em Serviço Social pela UFPB
Páginas116-121
Periódico do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Gênero e Direito
Centro de Ciências Jurídicas - Universidade Federal da Paraíba
Nº 03 - Ano 2015
ISSN | 2179-7137 | http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ged/index
116
DOI: 10.18351/2179-7137/ged.2015n3p116-121
Seção: Gênero, Sexualidade e Feminismo
MÍDIA & HOMOFOBIA:
UMA ANÁLISE DO DISCURSO NO MEDIASCAPE PARAIBANO
Jamylle Rebouças Ouverney-King1
Maria José Teixeira Batista Filha2
Resumo: Neste artigo problematizamos
questões relacionadas à forma como a
homofobia e assuntos arrolados à
homossexualidade são veiculados na mídia
paraibana. À luz de teorias que tratam das
questões de gênero relacionadas à homofobia
e com o auxílio da Análise Crítica do
Discurso, buscamos traçar um breve perfil da
situação na imprensa paraibana (Jornal da
Paraíba e O Norte online) visando verificar se
há ou não a presença de um discurso social
homofóbico em suas reportagens. O perfil é
delineado por meio das manchetes veiculadas
nos referidos jornais, postadas na mídia
virtual no período de 06 de março de 2010 à
29 de julho de 2011, e a relação semiótica que
tais manchetes apresentam no desenrolar de
suas matérias. Percebemos discursos
ambíguos refletidos na resistência do
1 Professora de Inglês, Seminários Interdisciplinares I e III e Sociolinguística do IFPB, Graduação em Letras pela
UFPB, Especialização em Linguística, Língua e Literatura Anglo-Americana pela UFPB, Mestrado e m Linguística
pela UFPB e Doutorado Interdisicplinar em Ciências Humanas pela UFSC.
2 Assistente Social do IFPB, com Graduação em Serviço Social pela UFPB, Mestrado em Serviço Social p ela UFPB
e Doutorado em Ciências Humanas pela UFSC.
mediascape paraibano em suas manchetes em
tratar a homofobia de ação violenta contra os
homossexuais, já que encobre termos como
    
homofobia enquanto prática criminosa de
ação física e com consequências que abalam
diretamente os direitos humanos e suas
práticas.
Palavras-chave: mídia, homofobia,
homossexualidade, Análise Crítica do
Discurso, Paraíba
Abstract: With this article we discuss issues
related to homophobia and homosexuality
and how they are portrayed by the
mediascape in the state of Paraíba. In light of
theories that deal with gender relations
related to homophobia and theories that
address Critical Discourse Analysis our aim
Periódico do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Gênero e Direito
Centro de Ciências Jurídicas - Universidade Federal da Paraíba
Nº 03 - Ano 2015
ISSN | 2179-7137 | http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ged/index
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is to profile the subject of homophobia in the
press of the referred state (Jornal da Paraíba
and O Norte online) attempting to verify
whether there is or there is not a homophobic
social discourse in the articles. The profile
draws on the headlines printed in the referred
newspapers, posted online from March 6th
2010 through July 29th 2011, while
addressing the semiotic relationship between
the headlines and parts of the articles. We
noticed ambiguous discourses reflected on

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violent actions against homossexuals and by
avoiding to address homophobia as a
physical criminal practice that directly
undermines human rights and its practices.
Keywords: media, homophobia,
homosexuality, Critical Discourse Analysis,
Paraíba
1. Introdução
A psicóloga norte-americana Linda

    
com uma ou mais manchetes jornalísticas que
abordam questões relacionadas aos sexos
feminino e/ou masculino, estas ora trazem
evidências teóricas ora de pesquisa e
permitem um ponto de acesso para que ela
desenvolva sua proposta de análise. Brannon
argumenta que a técnica utilizada pela mídia
é advinda da característica que o gênero tem
em ser um tópico que gera exaltação na
sociedade.
De acordo com Grossi (1998) quando
fazemos referência ao sexo (macho/fêmea),
trazemos a nossa mente os significados que
damos ao que é ser homem ou ser mulher, os
quais se apóiam nos papéis que a sociedade
constrói para dizer o que é próprio de cada
um. A autora (Grossi, 1998: p.6) acrescenta
       
biológico fêmea ou macho em determinada
       
esses papéis, por serem produtos de uma
diversidade cultural, podem se apresentar
diferentes entre vários lugares do planeta e
em diferentes momentos da história. Ainda
segundo a autora os papéis de gênero se
constituem em uma das variáveis da
identidade de gênero. Esta envolve algo mais
complexo que está intimamente associado ao
sentimento de cada indivíduo sobre sua
identidade. Desta forma, conforme Grossi
(1998, p.12)
sexo é uma categoria que ilustra a
diferença biológica entre homens e
mulheres; que gênero é um conceito que
remete à construção cultural coletiva
dos atributos de masculinidade e
feminilidade (que nomeamos de papéis

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