Autogestão: desafios políticos e metodológicos na incubação de empreendimentos econômicos solidários

AutorNoëlle M. P. Lechat - Eronita da Silva Barcelos
CargoUniversidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí) - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí)
Páginas96-104
96
Autogestão: desafios políticos e metodológicos na
incubação de empreendimentos econômicos solidários
Noëlle M. P. Lechat
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do
Sul (Unijuí)
Autogestão: desafios políticos e metodológicos na incubação de empreendimentos econômicos
solidários
Resumo: Após sobrevoar origens históricas da autogestão na França e no Brasil, o texto questiona a capacidade de os homens se
autogerirem, ou a situação de que sem chefe não há sociedade viável. Recorre a Clastres para mostrar que, se o poder político é uma
necessidade inerente à vida social, ele não precisa ser hierárquico. Não há natureza humana em si, mas nossa especificidade como ser
humano é justamente nossa capacidade de transformar a nós mesmos e ao mundo. Para o movimento da economia solidária brasileira, a
autogestão é um conceito central, pois marca distância com as relações capitalistas, assistencialistas e acena por uma democracia radical.
A autogestão possui um caráter multidimensional (social, econômico, político e técnico) e, portanto, não basta querer implantar a
autogestão, ainda é preciso criar as condições para a sua efetivação. O artigo apresenta, ainda, uma reflexão sobre a metodologia
autogestionária praticada pelos membros de uma incubadora universitária de economia solidária.
Palavras-chave: autogestão, economia solidária, metodologia, incubação.
Self-Management: Political and Methodological Challenges to the Incubation of Solidarity Economic
Enterprises
Abstract: After reviewing the historic origins of self-management in France and Brazil, this article questions people’s ability for self-
management, or the situation in which without a boss there is no viable society. It turns to Clastres to show that, if political power is
an inherent need of social life, it does not need to be hierarchical. There is no innate human nature, but our specificity as human beings
is precisely our ability to transform ourselves and the world. Self-management is a central concept of the Brazilian solidarity economics
movement because it distances itself from capitalist and welfare relations and encourages radical democracy. Self-management has a
multidimensional character (being social, economic, political and technical) and therefore, it is not enough to want to implant self-
management. It is also necessary to create the conditions for its realization. The article also reflects on the methodology of self-
management practiced by members of a university incubator of solidarity economics.
Key words: self-management, methodology, solidarity economy, incubation.
Recebido em 30.10.2007. Aprovado em 30.01.2008.
ENSAIO
Eronita da Silva Barcelos
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do
Sul (Unijuí)
Rev. Katál. Florianópolis v. 11 n. 1 p. 96-104 jan./jun. 2008

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT