A arte pública e a materialização das memórias históricas na cidade de Maringá

AutorSandra. C. A Pelegrini
CargoUniversidade Estadual de Maringá. Centro de Estudos das Artes e do Patrimônio Cultural ? CEAPAC/UEM. Pesquisadora do NEE/UNICAMP
Páginas217-239
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A ARTE PÚBLICA E A MATE PÚBLICA E A MA
TE PÚBLICA E A MATE PÚBLICA E A MA
TE PÚBLICA E A MATERIALIZAÇÃO DAS MEMÓRIASTERIALIZAÇÃO DAS MEMÓRIAS
TERIALIZAÇÃO DAS MEMÓRIASTERIALIZAÇÃO DAS MEMÓRIAS
TERIALIZAÇÃO DAS MEMÓRIAS
HISTÓRICAS NA CIDADE DE MARINGÁHISTÓRICAS NA CIDADE DE MARINGÁ
HISTÓRICAS NA CIDADE DE MARINGÁHISTÓRICAS NA CIDADE DE MARINGÁ
HISTÓRICAS NA CIDADE DE MARINGÁ**
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Sandra C. A. Pelegrini
Universidade Estadual de Maringá
Centro de Estudos das Arte s e do Patrimônio
Cultural – CEAPAC/UEM
Pesquisadora do NEE/UNICAMP
Resumo:
A paisagem urbana e as manifestações artísticas inseridas nas áreas públicas
oferecem ao pesquisador elementos capazes de suscitar a reflexão acerca das
representações das memórias históricas e sobre as identidades forjadas no espa-
ço citadino. Nesse sentido, o presente artigo visa a analisar os referenciais
identitários materializados nos espaços públicos de Maringá (Pr), privilegiando
algumas das produções artísticas instaladas em vias públicas e praças da cidade.
Palavras-Chave: Arte pública; Imagem; História; Memória.
The public art and the materialization of the historical memories in the city of
Maringá
Abstract:
The urban landscape and the artistic manifestations inserted in the public space
offer to the researcher elements capable to raise the reflection concerning the
representations of the historical memoirs and about the wrought identities in the
town space. In this sense, the present article seeks to analyze the references of
the identity materialized in the public spaces of Maringá (Pr), privileging some of
the artistic productions installed at public roads and squares of the city.
Keywords: Public art; Image; History; Memory
* Essa reflexão constitui parte integrante da pesquisa “A arqueologia de uma cidade. O Patrimônio
cultural de Maringá, memória e fruição (1947-1999)”, desenvolvida como parte dos estudos do pós-
doutorado, sob a supervisão do Prof. Dr. Pedro Paulo Funari, entre 2005 e 2007, no NEE/UNICAMP,
com apoio do CNPq.
218 REVISTA ESBOÇOS Nº 19 — UFSC
A memória humana pode ser reavivada por meio de distintas sensações,
sonoridades, odores, sabores, diferenciadas formas de representação visual e
cenográfica do urbano. No entanto, a memória socialmente construída não raro
aparece associada às lembranças vinculadas a monumentos e lugares específi-
cos da cidade. A escolha do nome das ruas e praças, ginásios de esporte e de-
mais espaços públicos da cidade podem indicar representações de mitos funda-
dores, marcos identitários e referências culturais urbanas. De maneira correlata,
a observação atenta das manifestações artísticas inseridas no espaço público é
capaz de fornecer pistas valiosas sobre os modos de se pensar a história da
cidade e se vivenciar esse espaço.
Os silêncios e as ausências de celebrações são igualmente reveladores.
Certo é como assinalam os estudiosos dessa temática, que tal ‘tradição’ tem sido
tomada como uma prática pedagógica, um meio de rememorar fatos, negar epi-
sódios, enaltecer personagens ou relegá-los ao esquecimento. Os elementos da
paisagem urbana e sua visualidade permitem que os transeuntes interpretem, no
campo simbólico ou cognitivo, imagens, memórias e histórias da cidade. Nessa
direção, a presente reflexão ocupa-se da discussão de alguns referenciais identi-
tários materializados nos espaços públicos da cidade de Maringá, privilegiando
algumas das produções artísticas instaladas nesses locais.
1. A ARTE E O ESPAÇO PÚBLICO.
Antes de nos ocuparmos de tais objetivos, devemos reconhecer que o trato
dessa problemática implica o enfrentamento de não poucos desafios teóricos e
metodológicos que pressupõem, entre outros aspectos, a percepção das noções
que envolvem a definição do espaço e da arte pública. Ante o exposto, salienta-
mos que embora Maringá tenha sido estrategicamente desenhada a partir de um
projeto urbanístico que previa a tipificação do zoneamento e a hierarquização do
solo, com vistas a uma ocupação racional e ordenada, não podemos ignorar que
as relações sociais, determinadas historicamente, foram decisivas na definição
da forma e do sentido social atribuído ao espaço1. E também, que o urbanismo se
constitui de um sistema de idéias legitimados pela ciência, capaz de dissimular
estratégias associadas aos discursos e práticas informadas por interesses de clas-
se2. Em essência, os pressupostos conceituais constituintes da arte pública as-
sentam-se nas relações que esta é capaz de estabelecer com o espaço no qual
está inserida e com o cidadão que habita a cidade. Nessa linha de abordagem,
constatamos que a mesma acaba contribuindo de alguma maneira para conferir
certa singularidade ao lugar ou ao desenho da cidade3. No entanto, não devemos
negligenciar que a conotação atribuída à arte pública, não raro, a reduza à ceno-
grafia urbana, nem tampouco que a postura deliberada de ocupar a cidade e

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