Medidas de controle para gases e vapores
Autor | Márcia Angelim Chaves Corrêa/Tuffi Messias Saliba |
Ocupação do Autor | Engenheira Química/Engenheiro Mecânico |
Páginas | 100-108 |
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As medidas de controle para gases e vapores deverão ser adotadas de forma que eliminem ou reduzam a concentração dos contaminantes no ambiente de trabalho a níveis considerados adequados pela higiene ocupacional.
Essas medidas poderão ser adotadas na fonte de geração do contaminante ou no seu meio de difusão — medidas relativas ao ambiente —, ou no receptor — medidas relativas ao homem.
É importante salientar que deverão ser priorizadas as medidas relativas ao ambiente, sendo que as relativas ao homem só deverão ser colocadas em prática quando for considerada inviável a adoção das primeiras.
A) Substituição do produto tóxico ou nocivo
Esse procedimento técnico nem sempre é possível tratando-se do pouco avanço tecnológico e científico em que se encontra o parque industrial brasileiro, mas, quando possível, é a maneira mais segura de se eliminar ou minimizar o risco da exposição.
No caso de substituição de solventes orgânicos por outros de menor risco, deve-se ter o cuidado com relação à inflamabilidade ou à reatividade química do produto substituto, pois poderá, em muitos casos, criar-se uma situação de maior risco que o anteriormente existente. Nas operações de limpeza, poderá ser estudada a utilização de soluções aquosas com detergentes adequados em lugar dos solventes
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orgânicos; podemos citar, também, a substituição do tricloroetileno por tricloroetano, produto menos tóxico.
B) Mudanças ou alteração do processo ou da operação
Consiste na alteração do processo produtivo, sem modificar o produto final, como:
— Utilização de pintura por imersão ou com pincel em vez de pintura a pistola.
— Mecanização e automatização de processos.
C) Encerramento ou enclausuramento da operação
Consiste no confinamento da operação, objetivando-se, assim, impedir a dispersão do contaminante para todo o ambiente de trabalho e que pode ou não incluir o trabalhador. Quando houver processos produtivos que gerem grandes quantidades de contaminantes, e o trabalhador estiver inserido no enclausuramento, a ele deverá ser obrigatoriamente fornecido equipamento adequado de proteção pessoal, independentemente de haver ou não sistema de exaustão. Como exemplo de aplicação dessa medida, a utilização de cabines para atividades de pintura. Nesse caso, o enclausuramento deverá ser combinado com ventilação local exaustora.
D) Segregação da operação ou do processo
Consiste, basicamente, no isolamento da operação limitando seu espaço físico fora da área de produção. Normalmente, utiliza-se esse controle quando não se pode mudar o processo produtivo e o agente agressivo atinge a outros trabalhadores, contaminando-os, sem estes participarem da operação.
A adoção desse processo implica diminuir o número de trabalhadores expostos aos riscos, sem, contudo, deixar de levar em conta que eles deverão, necessariamente, fazer uso de medidas de proteção individual.
A segregação pode ser feita no ESPAÇO ou no TEMPO.
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Segregação no espaço consiste em isolar o processo a distância. Segregação no tempo significa executar uma tarefa fora do horário normal, reduzindo igualmente o número de trabalhadores expostos.
Como exemplo, temos: pintura a pistola e limpeza de peças fora da área produtiva — segregação no espaço; serviços de manutenção e reparo de alto risco realizados fora da jornada de trabalho convencional — segregação no tempo.
E) Sistemas de alarme
A instalação de medidores de contaminantes, assim como a conexão a sistemas de alarme, no caso em que se superem determinados níveis de concentração, pode ser de grande utilidade nas zonas próximas à fonte geradora. Os sistemas de alarme são amplamente utilizados nas indústrias siderúrgicas para...
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