Justiça Ecológica e Subalternização Feminina

AutorCamila Damasceno de Andrade
CargoDoutoranda do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGD/UFSC). Mestra em Direito pelo PPGD/UFSC. Graduada em Direito pela UFSC. Professora do curso de Direito na Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)
Rev. Direito Práx., Rio de Janeiro, Vol. 11, N. 02, 2020, p. 808-830.
Camila Damasceno Andrade
DOI: 10.1590/2179-8966/2019/39509 | ISSN: 2179-8966
808
Justiça Ecológica e Subalternização Feminina
Ecological Justice and Female Subalternization
Camila Damasceno de Andrade1
1 Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis Santa Catarina, Brasil. E- mail:
camila_damasceno17@hotmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5907-3541.
Artigo recebido em 17/01/2019 e aceito em 1°/08/2019.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Rev. Direito Práx., Rio de Janeiro, Vol. 11, N. 02, 2020, p. 808-830.
Camila Damasceno Andrade
DOI: 10.1590/2179-8966/2019/39509 | ISSN: 2179-8966
809
Resumo
Este artigo tem o objetivo de verificar como a crise ambiental afeta as mulheres
subalternizadas no Brasil, elencando os fato res que c onduziram à precarização de sua
qualidade de vida e ao processo de feminização da pobreza. Nesse sentido, fazendo uso
do método indutivo, inicialmente, revisitam-se alguns dos principais elementos
trabalhados pelas matrizes teóricas da justiça ecológica e da ecologia política,
demonstrando que os riscos e impactos ambientais são partilhados de maneira desigual
entre os diversos grupos sociais, o que atinge as mul heres desproporcionalmente. Em
um segundo momento, apresenta-se o conceito de organização social de gênero como
essencial para a compreensão da posição subalternizada ocupada pelas m ulheres nas
sociedades outrora colonizadas, o que é feito a partir do aporte teórico dos feminismos
decoloniais. Posteriormente, demonstra-se como o processo de feminização da pobreza
expõe grande parte das mulheres aos riscos e impactos ambientais, enfatizando a
perspectiva pragmática da justiça ecológica como um possível caminho para a promoção
da equidade de gênero.
Palavras-chave: Colonialidade; Crise ambiental; Feminização da pobreza; Gênero;
mulheres.
Abstract
This article aims to verify how the environmental crisis affects subaltern women in
Brazil, listing factors that led to the precariousness of their quality of life and to the
process of feminization o f poverty. In this way, using the inductive method, initially it
reviews some of the main elements treated by the theoretical frameworks of the
ecological justice and ecological politics, showing that the environmental risks and
impacts are shared unequally among the various social groups, which hits women
disproportionately. At a second moment, it presents the concept of gender social
organization as essential for the understanding of the subaltern position occupied by
women in societies once colonized, which is done from the theoretical contribution of
the decolonial feminisms. Afterwards, it demonstrates how the process of feminization
of poverty exposes most women to environmental risks and impacts, emphasizing the
pragmatic perspective of ecological justice as a possible path for the promotion of
gender equality.
Keywords: Coloniality; Environmental crisis; Feminization of poverty; Gender; Women.

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT