Joint ventures como estratégia de internacionalização: Benefícios e riscos

AutorFabiano Larentis - Gabriel Sperandio Milan - Flávia Camargo Bernardi - Deonir De Toni
CargoDoutor em Administração (UFRGS). Universidade de Caxias do Sul - Doutora em Engenharia da Produção (UFRGS). Universidade de Caxias do Sul - Mestre em Administração (UCS). Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) - Doutor em Administração (UFRGS). Universidade de Caxias do Sul
Páginas1-23
Revista Global Manager
V. 13, N. 2, 2013
ISSN 1676-2819 - impresso | ISSN 2317-501X- on-line
http://ojs.fsg.br/index.php/global
JOINT VENTURES COMO ESTRATÉGIA DE INTERNACIONALIZAÇÃO:
BENEFÍCIOS E RISCOS
Fabiano Larentisa, Gabriel Sperandio Milanb, Flávia Camargo Bernardi c, Deonir De Tonid
a Doutor em Administração (UFRGS). Universidade de Caxias do Sul. flarenti@uc s.br
b Doutora em Engenharia da Produção (UFRGS). Universidade de Caxias do Sul. gsmilan@ucs.br
c Mestre em Administração (UCS). Faculdade da Serra Gaúcha (FSG). flavia.bernardi @fsg.br
d Doutor em Administração (UFRGS). Universidade de Caxias do Sul. deonirdt@terra. com.br
Informações de Submissão
Autor Correspondente Fabiano Larentis
Recebido em: 12/09/2013
Aceito em: 10/12/2013
Publicado em: 16/12/2013
Resumo
Existem diversas formas de internacionalização que uma empresa
pode optar. As empresas brasileiras geralmente iniciam com
exportação, por ser a estratégia que exige menor investimento de
recursos, menores controles e riscos incorridos. No entanto, há outras
estratégias que podem gerar desempenhos superiores, mas que
também merecem cuidado e atenção. Uma delas é a joint venture.
Sendo assim, este artigo de cunho teórico, abordando primeiramente
as formas de internacionalização e as alianças estratégias
internacionais, tem por objetivo apresentar os benefícios, riscos e
obstáculos às joint ventures. Atr avés de pesquisa biblio gráfica,
identifica-se que os benefícios, riscos e obstáculos depende m
fortemente do interesse de a mbas as partes em continuar o
relacionamento, da formação de confiança, do s níveis de conflitos
existentes e da estruturação dos contratos como forma de redução do
oportunismo. Isso reforça a necessidade de se conhecer efetivamente
os parceiros que comporão uma join t venture, assim como a
consideração a aspectos tanto estruturais, contratuais quanto
comportamentais em seu desenvolvimento.
Abstract
There are diverse forms of internationalization that a company can
opt. The Brazilian companies generally initiate with export, because
it is the strategy that demands less resource investment, controls and
incurred risks. However, there are other strategies that can generate
superior performance in foreign markets, but that also deserve care
and attention b y the co mpanies. One o f them is the joint venture.
This way, this t heoretical article, approaching first the for ms of
internationalization and international strategic alliances, presents the
benefits, risks and obstacles in joint ventures. Identifies that the
benefits and risks depend on the interest among parties in the
relationship, levels of trust and conflict and contracts as a mean to
reduce opportunism. That reinforces the need to know effectively the
partners and to consider contractual and behavioral aspects in the
development of a joint venture.
Palavras-chave
Estratégia. Estratégia de
Internacionalização. Joint Venture.
Benefícios e Riscos.
Keywords
Strategy. Strategy of Internationalization.
Joint Venture. Benefits and Risks.
Revista Global Manager v. 13, n. 2, p. 1-23, 2013
2
1 INTRODUÇÃO
A liberalização das normas comerciais e do sistema financeiro e, por decorrência disto,
a intensificação dos fluxos de comércio e dos fluxos financeiros em geral, bem como outros
fenômenos associados à globalização dos mercados, vem acarretando um aumento constante
no volume de investimentos entre empresas, não apenas originárias de países desenvolvidos,
mas também de países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil (RICUPERO;
BARRETO, 2007).
Nesse cenário, as empresas brasileiras vêm, cada mais, identificando no mercado
externo oportunidades para a comercialização de seus produtos e/ou serviços e uma maneira
de poder compensar as flutuações de demanda no mercado interno. Sendo assim, em relação à
inserção de empresas brasileiras no mercado internacional, Paiva e Hexsel (2003) sugerem um
continuum representado por três estágios empresariais, uma espécie de evolução em relação
ao ingresso de nossas empresas em âmbito global: (i) aprendendo a jogar (mercado interno
como principal foco de atuação e receitas no exterior incipientes); (ii) estrela ascendente
(receitas no exterior crescentes); e (iii) competidor global (empresas pouco comuns no Brasil,
com receitas no estrangeiro consideráveis, ou seja, mais de 25% do seu faturamento total).
Além disso, as principais razões que levam grandes empresas brasileiras à
internacionalização de suas operações são a busca por economias de escala, o
desenvolvimento de competências para operar em mercados internacionais e a exploração das
vantagens da localização geográfica do Brasil (CYRINO; OLIVEIRA Jr., 2003). Outras
empresas brasileiras, no entanto, ficam receosas à respeito da inserção em mercados globais
pelas dificuldades de internacionalização. Segundo Cyrino e Oliveira Jr. (2003), as barreiras
mais significativas se relacionam com o ambiente competitivo brasileiro, principalmente com
variáveis macroeconômicas e as políticas governamentais.
Entrar em novos mercados exige um maior comprometimento de recursos financeiros
e gerenciais, os quais podem ser particularmente elevados quando as empresas resolvem
entrar em mercados externos, além da necessidade de conhecimento do ambiente em suas
dimensões cultural e econômica, e dos seus riscos associados (MITRA; GOLDER, 2002;
ABBOUSHI, 2000).
No entanto, há a contrapartida da ampliação da presença e da participação global e do
incremento de aprendizagem por comprar e vender produtos e/ou serviços no mundo
(ABBOUSHI, 2000). Conforme resultados da pesquisa desenvolvida por Cyrino e Oliveira Jr.
(2003), as ações mais importantes para a inserção internacional das empresas são o

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