Introdução

AutorMarco Aurélio Aguiar Barreto - Camila Pitanga Barreto
Páginas15-17

Page 15

A ssédio, no seu sentido mais amplo, na literalidade signiica “1. insistência, impertinência, perseguição, sugestão ou pretensão constantes em relação a alguém(...)”, segundo Antônio Houaiss e Mauro de Salles Villar1.

O assédio é um tipo de comportamento que faz parte de toda espécie de relacionamento humano, embora não deva, nunca, ser praticado, tampouco, tolerado.

Não se trata de um fenômeno novo, tanto sob o aspecto de violência moral ou sexual, notadamente no ambiente de trabalho. E o fato de existirem legislações com o sentido de inibir a ocorrência de tal violência não resolve o problema, apenas ajuda a inibir a sua prática. Por isso, tanto se debate o assunto como forma de conscientização das pessoas envolvidas, seja igurante no polo ativo ou passivo, mediante a identiicação das ações, comportamentos, e até omissões, consideradas prejudiciais aos ambientes sociais, sobretudo, o ambiente de trabalho, de forma que se possibilite o resgate ao respeito e à dignidade do ser humano.

O assédio sexual sempre fez parte da história da humanidade, observado de forma mais acentuada no que pertine à discriminação em relação à mulher praticada pelo homem, por razões culturais e sociais, em decorrência do poder que este sobre ela sempre exerceu desde sua origem. Essa relação de poder de ascendência do homem sobre a mulher iniciou o seu declínio a partir da década de 1960, no contexto da revolução dos costumes.

Basta que se observem algumas situações próprias da relação de poder, historicamente, exercida pelo homem: Os povos conquistadores escravizavam os conquistados, onde os homens quando não eram mortos, destinavam-se ao trabalho braçal, enquanto as mulheres eram alvos fáceis de abusos sexuais.

No período da escravatura no Brasil têm-se notícias na literatura, inclusive, que os senhores de fazendas abusavam sexualmente das suas escravas, porque consideradas pelo sistema legal vigente à época, como coisas, portanto, propriedades desses senhores. Da mesma forma, no passado, sempre surgiam comentários sobre perseguições perpetradas por alguns patrões

Page 16

contra empregadas domésticas, a im de satisfazerem seus prazeres sexuais e, inclusive, não são raras as histórias — verdadeiras ou não — de que muitos rapazes tiveram suas iniciações sexuais, mediante abusos cometidos contra empregadas domésticas.

Tendo presente a constante necessidade de airmação dos princípios do respeito à dignidade da pessoa humana e a igualdade de tratamento...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT