Intervencoes Regulatorias, Volatilidade e Contagio: Uma Analise VIRF

AutorGabriel Godofredo Fiuza de Bragança - Marcelo de Sales Pessoa - Katia Rocha
CargoPesquisador do IPEA e professor do IBMEC e FGV, Rio de Janeiro, RJ, Brasil - Pesquisador do IPEA e professor do IBMEC e FGV. FGV, Rio de Janeiro, RJ, Brasil - Pesquisador do IPEA na area de Economia Financeira, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Intervenc¸˜
oes Regulat´
orias, Volatilidade e
Cont´
agio: Uma An´
alise VIRF
(Brazilian Regulatory Interventions, Volatility and Contagion: A
VIRF analysis)
Gabriel Godofredo Fiuza de Braganc¸a*
Marcelo de Sales Pessoa**
Katia Rocha***
Resumo
Este artigo examina como intervenc¸˜oes regulat´orias podem afetar o risco de mer-
cado de empresas de eletricidade e de telecomunicac¸ ˜oes negociadas na BM&FBO-
VESPA. O artigo utiliza um modelo GARCH (Generalized AutoRegressive Con-
ditional Heteroskedasticity) bivariado para analisar o impacto de duas intervenc¸ ˜oes
regulat´oria sem 2012: a primeira tomada pela Agˆen ciaNacional de Telecomunica-
c¸ ˜oes (ANATEL);a segunda, pela Ag ˆencia Nacional de Energia El´etrica (ANEEL) ,
na volatilidade e covariˆancia do ´ındice de ac¸ ˜oes pertencentes a esses setores. Neste
artigo, adota-se tamb´em a func¸ ˜ao de resposta impulso desenvolvida por Hafner &
Herwartz (2006) para estimar a persistˆencia desses efeitos. Os resultados reve-
lam que o impacto da intervenc¸ ˜ao regulat´oria na volatilidade do setor de energia
el´etrica foi significativo, duradouro e contaminou o setor de telecomunicac¸˜oes.
Al´em disso, mostram que o efeito da intervenc¸˜ao regulat´oria no risco do setor de
telecomunicac¸ ˜oes foi pequeno.
Palavras-chave:GARCH multivariado; risco regulat´or io; cont´agio; VIRF e regu-
lac¸ ˜ao econˆomica.
C´
odigos JEL: G11; G12; C32; L94; L96; L98.
Submetido em 21 de maio de 2014. Reformulado em 26 de setembro de 2014. Aceito
em 4 de novembro de 2014. Publicado on-line em 26 de maio de 2015. O artigo foi
avaliado segundo o processo de duplo anonimato al´em de ser avaliado pelo editor. Editor
respons´avel: M´arcio Laurini.
*Pesquisador do IPEA e professor do IBMEC e FGV, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-
mail: gabriel.fiuza@ipea.gov.br
**Pesquisador do IPEA e professor do IBMEC e FGV. FGV, Rio de Janeiro, RJ, Bra-
sil. E-mail: marcelo.pessoa@ipea.gov.br
***Pesquisador do IPEA na ´area de Economia Financeira, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
E-mail: katia.rocha@ipea.gov.br
Rev. Bras. Financ¸as (Online), Rio de Janeiro, Vol. 12, No. 3, September 2014, pp. 385–409
ISSN 1679-0731, ISSN online 1984-5146
c
2014 Sociedade Brasileira de Financ¸ as, under a Creative Commons Attribution 3.0 license -
http://creativecommons.org/licenses/by/3.0
Braganc¸ a, G., Pessoa, M., Rocha,K.
Abstract
This paper examines how regulatory interventions can affect the market risk of
electricity utilities and telecom carriers traded in the Brazilian stock market (BO-
VESPA). Our article uses a bivariateGeneralize dAuto Regressive Conditional He-
teroskedasticity (GARCH – BEKK) model to analyze the impact of two relevant
and surprising measures taken by the correspondent Brazilian regulatory authori-
ties in 2012 (one in each sector) on both markets’ volatilities and covariance. We
also adopt the volatility impulse response function (VIRF) developed by Hafner &
Herwartz (2006) to estimate their persistence. On the on e hand, the results indicate
that the effects of the telecommunications’ regulatory intervention are negligible
but, on the other hand, the impact of the electricity’s regulatory measure is signifi-
cant, long-lasting and contagious.
Keywords:multivariate GARCH; regulatory risk; contagion; VIRF; regulatory
economics.
1. Introduc¸˜
ao
O objetivo deste artigo ´e avaliar o impacto de intervenc¸˜oes regulat´orias
pontuais no risco de mercado dos setores de telecomunicac¸ ˜oes e de energia
el´etrica no Brasil. O artigo utiliza uma metodologia de GARCH (Gene-
ralized AutoRegressive Conditional Heteroskedasticity) multivariado para
avaliar os impactos diretos e cruzados na volatilidade do retorno setorial
das ac¸˜oes causados por duas medidas regulat´orias relevantes, tomadas em
2012, pelas agˆencias respons´aveis. Al´em disso, estima-se a persistˆencia
desses impactos.
A definic¸˜ao do n´ıvel ´otimo de intervenc¸ ˜ao governamental ´e um tema
amplo e est´a no cerne da teoria e da pr´atica da regulac¸˜ao econˆomica. A
existˆencia de falhas de mercado e de externalidades torna a tarefa de con-
ciliar procedimentos comerciais, interesses de usu´arios e o bem-estar geral
da populac¸˜ao, frequentemente, conflituosa para as prestadoras de servic¸os
ublicos. Por esta raz˜ao, servic¸os p ´ublicos como distribuic¸˜ao de energia
el´etrica e prestac¸ ˜ao de servic¸os de telefonia s˜ao frequentemente regulados
pelo governo. Neste artigo, buscamos avaliar t˜ao somente o impacto das
intervenc¸˜oes regulat´orias sobre o mercado financeiro, tomando-as como
dadas ou isoladas (ex´ogenas). Ou seja, o presente artigo n˜ao avalia a pro-
cedˆencia t´ecnica das medidas regulat´orias analisadas e concentra-se, funda-
mentalmente, no entendimento de como tais ac¸˜oes afetam o risco de mer-
cado de setores direta e indiretamente envolvidos.
Como resultado da an´alise, estabelecemos uma m´etrica do custo de me-
didas regulat´orias inesperadas em termos da variac¸˜ao do risco de mercado
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