Instituições populares
Autor | Wladimir Novaes Martinez |
Ocupação do Autor | Advogado especialista em Direito Previdenciário |
Páginas | 119-121 |
Page 119
" A construção do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios - sejam morais, religiosos, éticos ou de comportamento - que ba-lizam a conduta do indivíduo num grupo. O homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela " ? Diz Émile Durkheim.
As instituições são aqui concebidas como vários segmentos pontuais da sociedade, que têm extensa participação na vida dos indivíduos. Elas padecem das mesmas listas da concuspiciência, indolência, e inapetência estatal, antes e quando precisam agir; os seus dirigentes são os mesmos de sempre. Aliás, com algum sucesso social bem mascarado.
Dada a sua disposição da volição impetuosa de sempre melhorar à custa de terceiros nunca identiicados, as instituições privadas têm enorme interesse em um governo com gestão atrabiliária e o Estado infectado pelo desmazelo.
Tal cenário otimiza e emoldura a sinecura, o nepotismo e a licenciosidade de modo geral.
Mas, alerte-se! - Esse mirabolante Estado de alguns poucos donos não pode ser destruído, é a galinha dos ovos de ouro. Há que se preservá-lo fragilizado de modo a satisfazer apetites de hienas insatisfeitas.
Não convêm a ninguém um monitoramento real, a auditoria nem a iscalização; e a cornucópia torna-se endêmica e se perpetua o favorecimento pessoal aos amigos espertos. E ica tudo bem; os outros que cuidem por si próprios. O inadmissível é tão somente apenas uns poucos se beneiciarem. Olha lá, onde já se viu tamanha estultice.
O animus de auditar deve ser sofreado de vez em quando; os empresários preferem apoiar os seus lucros na sonegação em vez de melhorar a sua produção. À evidência, deveriam promover a arrecadação integral da receita, mas isso não lhes interessa: a concorrência dos desleais é imensa.
O poder de polícia, em caso mais particular, o policiamento ostensivo ou a posteriori é uma ativi-dade intrínseca do Estado. Trata-se de dever relevante mais bem situado nas mãos do governo, e não sob o cutelo do particular (que naturalmente visa ao lucro).
Quando essa iniciativa privada se empenha supletivamente e coopera com o governo, ainda que seja por meio de empreendimento lucrativo, nenhuma censura será feita à ideia em si mesma; tratar-se-ia de...
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