Influência das religiões

AutorWladimir Novaes Martinez
Ocupação do AutorAdvogado especialista em Direito Previdenciário
Páginas124-127

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"A religião é essencialmente uma doutrina de hierarquia, uma tenta-tiva para recriar a ordem cósmica de posições e poderes", airmava Friedrich Nietzsche.

Firme-se jurisprudência: a religião é criação magníica, inteligente e até bem-vinda em quase todos os instantes da humanidade. Sem a ajuda desse insuperável amparo moral, com certeza, o ser humano retornaria à indigente condição de mero animal predador.

Um seu escopo primeiro foi tentar explicar, antes de a ciência tentar fazê-lo: o que é o universo que nos rodeia o tempo todo.

Todas as civilizações tentaram aportar saber o que ele signiica e cada uma delas adotou o seu tom.

Sob esse aspecto intrínseco será impossível tentar censurá-la. Sem embargo de ter produzido males para a sociedade como um todo, o total dos seus bens propiciados resulta num superávit que deve ser apreciado. O consolo propiciado quando do passamento de um ente querido é signiicativo e não pode ser desprezado.

E também, para os que nela acreditam sem pensar, é a solução de muitas dúvidas, problemas, e diiculdades de toda ordem em suas vidas. Um alentado refrigério não dispensado por ninguém.

Origem das religiões

As diferentes religiões, enquanto invenções humanas, certo fenômeno universal, praticamente apresentam as mesmas nuanças, diferenciando-se em suas origens, liturgias e convicções ilosóicas.

Diante da banalização de ofertar um paraíso celestial, umas poucas falsas seitas distinguem-se das tradicionais, com o mesmo escopo de encilhar o lado espiritual dos homens e incentivar a crença no que é sobrenatural.

Basicamente, em sua origem, elas acabaram sendo uma forma de ascensão dos homens sobre os homens, embora em sua concepção original devesse expressar-se como meio de aproximação deles com Deus. Por meio da boa fé, de ligar-se ao Criador.

A necessidade do ser humano de entender o que o envolve em todos os sentidos, para tentar se libertar do desconhecido e diminuir limitações intelectuais e alições, o fez admirar as soluções engendradas por líderes estudiosos do cenário.

Incapaz de poder se convencer em face de sua infantilidade cientíica, busca no divino as leituras que não tem. Até porque, pensar é cansativo.

O homem pode lograr compreender a vida, o que não será fácil, mas tem embaraço para acolher a fatalidade da morte. Mais que a antropologia, a religião é esforço bastante sensível nesse sentido.

Não querendo compreender as limitações humanas, o mais militante dos ateus, uma hora indagará: o que eu faço, se o Céu existir?

Esses desinformados, indivíduos que não fazem questão de aprimorar o conhecimento que têm do universo e se postam ao largo de homens muito inteligentes que creem em Deus, sem poder identiicá-lo, descrevê-lo ou avaliá-lo, nem saber como chegar a ele.

Sem saber interpretar a essência da morte (restrição suprema), os homens aceitam qualquer promessa de salvação, de reencarnação e de poder ressuscitar numa festejada bem-aventurança.

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Inconformado com a injustiça dos humanos, ele supõe que ser bom nas relações possa eleva-lo ao paraíso.

Existe ideia melhor para consolar o pai que perdeu o ilho do que ouvir que ele estará de onde veio: junto de...

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