Dano Moral por Inscrição Indevida em Órgão de Proteção ao Crédito Prescinde de Prova, Mesmo que se Trate de Pessoa Jurídica

AutorMinistro João Otávio de Noronha
Páginas37-38

Page 37

Superior Tribunal de Justiça

Agravo Regimental no Agravo de Instrumento n. 1.082.609 -SC

Órgão julgador: 4a. Turma

Fonte: DJe, 01.02.2011

Relator: Ministro João Otávio de Noronha

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. INSCRIÇÃO INDEVIDA NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. PESSOA JURÍDICA. PROVA DO DANO MORAL DESNECESSÁRIA.

  1. Nos casos de inscrição irregular em órgãos de proteção ao crédito, o dano moral configura-se in re ipsa, isto é, prescinde de prova, ainda que a prejudicada seja pessoa jurídica.

  2. Agravo regimental desprovido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Luis Felipe Salomão, Raul Araújo e Maria Isabel Gallotti votaram com o Sr. Ministro Relator.

Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Aldir Passarinho Junior.

Brasília (DF), 16dedezembro de 2010(Datado Julgamento)

Ministro João Otávio de Noronha - Presidente e Relator

RELATÓRIO

OEXMO. SR. MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA:

Trata-se de agravo regimental interposto por EMPRESABRASILEIRADETELECOMUNICAÇÕES S/A EMB RATEL em face de decisão que conheceu do agravo para dar provimento ao recurso especial para reconhecer que, nos casos de inscrição irregular em órgãos de proteção ao crédito, o dano moral configura-se in re ipsa, isto é, prescinde de prova, ainda que a prejudicada seja pessoa jurídica.

Alega a agravante, em suas razões, que, na instância ordinária, não foi demonstrada arepercussão do dano moral nas atividades empresariais da parte adversa.

Afirma que não foi provada a contrariedade ao dispositivo infraconstitucional indicado nem demonstrado de que forma tal dispositivo deu ensejo a interpretações diversas, não existindo o cotejo analítico entre os julgados objeto da divergência. Conclui pela incidência da Súmula n. 284/STF.

Sustenta ser necessário o reexame de provas, razão da incidência do teor da Súmula n. 7/STJ. Aduz não ser o Código de Defesa do Consumidor aplicável ao presente caso.

A parte colaciona decisões de outros tribunais com o intuito de demonstrar que inexiste dano moral contra pessoa jurídica, razão pela qual, nesses casos, não cabe indenização.

Requer-se a reconsideração do julgado.

É o relatório.

VOTO

OEXMO. SR.MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (Relator):

Não assiste...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT