Governo populista

AutorWladimir Novaes Martinez
Ocupação do AutorAdvogado especialista em Direito Previdenciário
Páginas61-65

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"Quando uma pessoa ou uma empresa gasta mais do que ganha, vai à falência. Quando um governo gasta mais do que ganha ele te manda a conta" (Ronald Reagan).

Convém agora abordar um tipo especíico de governo: o dominado pelo pensamento populista. Essa expressão "populista" indica um conjunto de práticas imediatas com o objetivo de ixar relação direta do governante com as massas, grangear o desejável apoio popular e, evidentemente, poder propiciar algumas melhorias na vida do povo. Em sim mesmo não é um mal quando consegue criar direitos sociais sustentados.

Desde o início de sua aventura os ditadores são logo atraídos pelo populismo; essa demagogia agrada a grande massa desinformada, ainda que com falsas promessas, que não se realizarão nunca por lhes faltar o recurso material de todo direito novo.

De certo modo, os partidos icam à espreita, um tanto marginalizados.

Em alguns casos um deles apoia o governo. O líder se mantém no poder e usualmente tenta experimentar inúmeros mandatos sucessivos, sem expressiva resistência.

Historicamente, não se pode desprezar que, de fato, em centenas de experiências realizadas por esse mundo afora alguns benefícios sociais foram criados e se mantiveram como conquistas dos hipossuicientes ou assalariados.

Conceito básico

Populismo é modalidade atípica de governo quando o líder, o tempo todo, alega postar-se em favor dos despossuídos, acena com a possibilidade de uma sociedade justa, ao lado do ideal e defesa dos oprimidos, quedando-se próximo do resultado desejado.

Em alguns casos, resume-se a mera carta de intenções, de quem deseja tão somente sentar-se no trono e perpetuar-se no poder.

Quando bem intencionado não tem exata consciência do seu intento ao propor as propostas, frequentemente se equivocando na execução do que julgava ser tão fácil.

Devem ser concebidas como relexo das gritantes desigualdades que infelicitam os pobres sacriicados, sem qualquer poder de oposição, que se limitam a constatar as injustiças do sistema e permanecer em silêncio constrangedor.

Não se sabe se, em última análise, o líder populista efetivamente deseja o êxito, ou queda-se numa infrutífera tentativa.

O grande equívoco desse modelo é faltar a sustentabilidade necessária e garantidora do bem necessário ao equilíbrio das relações entre os homens, necessária à distribuição das riquezas.

Nesse devaneio onírico é solar ele não estar preparado para lograr resultado positivo.

Se tivesse ciência do que é necessário para recompor a igualdade dos homens em face das imensas distorções históricas, teria desistido no início.

De que serve criar o direito de votar, se o povo não for educado para isso?

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Países adotantes

O populismo, quando patologia política que grassa em boa parte na sociedade, varia somente quanto a sua intensidade, duração e a aprovação por boa parte da população.

A falta de educação, politização e ciência, contribui seguidamente, nas nações do terceiro mundo, por ausência de opções, para adotarem a impiedosa modalidade de governo ludibriador dos oprimidos.

Quando algo dá certo, reforça-se o detentor politicamente do poder que, em sã consciência, julga ser o único responsável pelo grande sucesso das medidas governamentais.

Carisma idealizador

O propugnador desse cadinho de bactérias em que prospera o populismo é um homem com visível carisma.

Apresenta-se com índole de revolucionário (ainda que imaginário), veste-se como um Messias profetizado, um ótimo orador, conquista plateias com discursos...

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