Gestão do conhecimento e inovação em startups Catarinenses

AutorMariana Pereira da Silva, Larissa Lara Gabiatti, Marcelo Macedo, Nina Rosa Cruz Gerges
Páginas128-144
126
v. 23, n. esp., 2018
p. 126-142
ISSN 1518-2924
Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, v. 23, n. esp., p. 1 26-142, 2018.
ISSN 1518-2924. DOI: 10.5007/1518-2924.2018v23nespp126
Gestão do conhecimento e inovação em startups
Catarinenses
Knowledge management and innovation in Santa Catarina startups
Mariana Pereira da SILVA (mariiana.pereira@gmail.com)*
Larissa Lara GABIATTI (larissagabiatti@hotmail.com)**
Marcelo MACEDO (marcelomacedo@egc.ufsc.br)*
Nina Rosa Cruz GERGES (ninarcg@gmail.com)***
* Departamento de Engenharia e Gestão do Conhecimento UFSC.
** Arquivista UFSC.
*** Doutoranda na Engenharia e Gestão do Conhecimento UFSC.
Resumo
O objetivo deste artigo é ide ntificar os conhecimentos críticos voltados para o incremento do processo
de inovação em startups catarinenses. O procedimento metodológico adotado é um estudo de casos
múltiplos. Os resultados mostram que nem todos os conhecimentos estudados nas empresas podem
ser considerados como críticos para o incremento da inovação. Ainda foi poss ível constatar que nem
sempre a prática organizacional está de acordo com a literatura.
Palavras-chave: Inovação. Startup. Gestão do Conhecimento. Conhecimento Crí tico.
Abstract
The objective of this article is to identify critical knowledge aim ed at increasing the innovation
process in Santa Catarina startups. The methodological procedure adopted is a multiple case study.
The results show that not all th e knowledge studied in companies can be considered a s critical for the
increment of innovation. It was still possible to verify that organizatio nal practice is n ot always in
accordance with the literature.
Keywords: Innovation. Startup. Knowledge Management. Critical Knowledge.
1 INTRODUÇÃO
Os países, desde o início do processo de globalização, têm como principal característica a
competitividade econômica. Lastres e Albagli (1999) caracterizam a globalização como a
formação de um mundo sem fronteira em qualquer mercado, o que formaria, em sua visão,
setores incontroláveis. A eficiência de países se baseia, portanto, na competitividade de suas
empresas, na eficiência do conjunto de estruturas produtivas, na qualidade da infraestrutura
tecnológica e na inter-relação entre as partes do sistema de produção.
Nesse contexto, as empresas do ramo tecnológico vêm aos poucos dominando vários
setores de mercado, pois, como Muniz (2000) ressalta, a inserção da tecnologia é uma maneira
da empresa ou país adquirir vantagens comparativas competitivas, principalmente se essa for
uma nova base tecnológica, do domínio predominante da empresa em questão.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
ARTIGO
Recebido em:
28/04/2017
Aceito em:
09/04/2018
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O setor tecnológico é inconstante, está em progressivas mudanças, como levanta
Zucoloto (2004). Se uma empresa está desenvolvendo um novo produto ou processo, não existe
garantia que assegure que outros estejam formulando trabalhos similares ou melhores. O fato
do setor necessitar de constantes inovações e renovações leva o mercado a buscar meios de
incentivar, não só grandes empresas, mas as pequenas ideias que podem revolucionar o
mercado. O setor tecnológico é o principal utilizador de novo modelo de negócio de startups, por
ser um campo muito inovador e com tendências de crescimento rápido.
Diante disso, o objetivo deste trabalho é identificar os conhecimentos críticos voltados
para o incremento do processo de inovação em startups catarinenses.
O artigo está estruturado da seguinte forma: primeiramente são apresentados conceitos
de startups. Em seguida são descritos, em sequência, conceitos de gestão do conhecimento,
conhecimento crítico e estratégias de inovação. Após a fundamentação teórica que dará suporte
à pesquisa, detalham-se os procedimentos metodológicos, os resultados esperados e, por fim, a
conclusão.
2 STARTUPS
Segundo Silva (2013) a definição de startup está relacionada a três critérios: ser uma
empresa de dimensão pequena ou média, estar nos primeiros estágios de desenvolvimento e
possuir um elevado grau de inovação e risco. Para Blank e Dorf (2014) é uma organização
temporária projetada para buscar um modelo de negócio repetível e escalável que opera em um
meio de incerteza. Por estarem ligadas à inovação, as startups, têm perspectivas elevadas de
retornos futuros, entretanto, por se tratar de um setor ligado diretamente ao risco e de empresas
que normalmente não estão acostumadas ao mercado que estão explorando, estes retornos
dependem da sobrevivência da empresa e da aceitação do projeto pelo mercado. Exemplos de
startups que podemos citar como referências no mercado são Google, Netflix, PauPal e a
brasileira EasyTaxi.
Blank (2006) apresenta um modelo de desenvolvimento de produto de startups, passando
por quatro etapas:
1. Concepção é o momento de definição do produto ou serviço que a startup vai oferecer, se
essa ideia é passível de aplicação no mercado, qual o público alvo e onde a empresa vai
encontrá-lo;
2. No desenvolvimento do produto a empresa já tem o produto definido então divide suas
funções para iniciar o desenvolvimento da inovação;
3. Teste alpha/beta é o momento onde é selecionamento um grupo de possíveis clientes para
utilizar o produto e observar possíveis falhas do sistema;
4. Lançamento do produto iniciando o processo de comercialização. Entretanto, o cumprimento
dessas etapas não é garantia de uma startup de sucesso, por se tratar de um mercado
extremamente mutável existem alterações ou falhas que podem transcorrer ao decorrer do
desenvolvimento do produto ou no processo de vendas.
Blank (2006) divide as startups em quatro tipos de acordo com sua existência no
mercado ou seu modo de entrada no mercado. O primeiro tipo desenvolve novos produtos e
atuam em um mercado já existente; o segundo consiste em um novo produto que origina um
novo mercado; o terceiro um novo produto que atua em um mercado existente e
ressegmentação de baixo custo; e o quarto consiste em um novo produto, em um mercado já
existente e ressegmentação em um nicho do mercado.
A estratégia na formação e desenvolvimento de uma startup é um ponto primordial (que

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