A geometria do assédio moral

AutorMônica Sette Lopes
Páginas130-134
A geometria do
assédio moral
Quando se cuida de assédio moral, é corriqueira a
referência a um movimento de linhas no espaço. Fala-se, en-
tão, de horizontalidade, quando assediador e assediado encon-
tram-se na mesma faixa da hierarquia da empresa. Fala-se em
verticalidade ascendente ou descendente, quando o assediador
encontra-se em ponto superior ou inferior em relação ao asse-
diado na distribuição de poderes e de tarefas. A geometria do
assédio, porém, envolve outra gura no contexto das relações
de trabalho subordinado: a transversalidade ascendente e des-
cendente. Ela ocorre quando o assediador integra a tomadora
ou a destinatária dos serviços. E ele pode ser alguém que se
incumba da gestão daquela empresa ou de um setor dela ou
alguém que se situe em escala correlata ou mesmo inferior à da
estatura das tarefas atribuídas ao assediado.
Um ponto de partida para a compreensão exata dis-
to está no conceito de estabelecimento. Paulo Emílio Ribeiro
de Vilhena, analisando a questão sob o prisma da empresa
como centro de imputações jurídicas, arma que o local “não
é elemento absoluto na conceituação de estabelecimento”. “Es-
tabelecer-se”, diz ele, “é organizar-se tecnicamente, não situar-

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