Generalidades

AutorFleurí Queiroz, José
Páginas27-97
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ϑΟΣ⊃ ΦΛΕΥΡ⊆ ΘΥΕΙΡΟΖ
GENERALID ADES
Em um breve retrospecto da História da Humanidade, sem
maiores preocupações com detalhes, datas, regiões, etc., concluímos
que a nossa presente Civilização é herdeira, em todos os sentidos,
da cultura, costumes, hábitos e religiões que predominavam nas
selvas, onde, sem nenhum contrapeso moral, o instinto de conservação,
predominava e os seres, incluindo os humanos, se entredevoravam
para sobreviverem.
O progresso, uma das leis da natureza, exerceu sua ação e
chegamos aos dias de hoje com o espantoso avanço científico gerando
os benefícios materiais e o conseqüente conforto para as diversas
camadas sociais, com o qual jamais poderiam sonhar em tempos
pretéritos.
Não obstante o avanço intelectual, nossa humanidade, infe-
lizmente, não conseguiu o mesmo desenvolvimento moral que a
conduzisse à uma real segurança, paz, fraternidade, condições indis-
pensáveis à verdadeira felicidade.
Qual a razão para essa disparidade evolutiva entre inteligência
e moralidade?
Por que tanta violência, tanta criminalidade, tantas misérias
sociais?
Há solução para tais problemas? Qual seria?
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28 Φ
ΙΛΟΣΟΦΙΑ
∆Ο
∆ΙΡΕΙΤΟ
Ε
ΦΙΛΟΣΟΦΙΑ
ΕΣΠ⊆ΡΙΤΑ
As respostas a tais indagações serão apresentadas e desen-
volvidas, nos limites possíveis, no transcorrer dos capítulos, apoiadas
essencialmente no Código de Direito Natural Espírita.
I - VIO LÊNCIA EXPLODE CO MO O PRINCIPAL
PROBLEMA DO PAÍS
(Da tafolha, domingo, 25 de m arço de 2 .0 07 )
De dezembro para cá, segurança passou desemprego na per-
cepção dos eleitores sobre qual é o principal problema do país.
Resposta espontânea e única em %: 31%=Violência/ Segurança;
22%=Desemprego; 11 %=Saúde; 9%=Educação; 7%=Fome/ Miséria.
O salto da violência ao posto de maior problema do país e
pior área de desempenho do governo ocorre após uma longa
seqüência de casos: da morte do menino João Hélio, aos 6 anos,
arrastado do lado de fora de um carro no Rio, a casos de balas
perdidas, atuação de milícias em favelas cariocas e, mais recentemente,
de uma onda de assaltos a bancos em São Paulo com vítimas entre
a população.
II - O PROBLEMA DA VIOLÊNCIA
(José Herculano Pires. Livro: Agonia das Religiões.
Editor a Paidéia. 3 ª. Ed. 19 8 9, págs. 1 15 a 1 2 4).
A “vont ade de potência”
(...) A “vontade de potência” de Nietzsche é o primeiro impulso
que leva o homem, ainda na selva, a querer sobrepujar os outros,
elevar-se acima das condições gerais do meio. Esse impulso se
prolongará no processo evolutivo. O homem se envaidece com a
sua capacidade de subjugar os outros, de mandar, de impor medo,
respeito, submissão aos demais. Sua consciência se abre no plano
individual, fechada nos limites de si mesma. É o reconhecimento do seu
poder que naturalmente o embriaga e o levará a excessos perigosos.
O “homo br utalis”
(...) A violência do homem civilizado tem suas raízes profundas
e vigorosas na selva. O “homo brutalis” tem as suas leis: subjugar,
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humilhar, torturar, matar. O seu valor es sempre acima do valor
dos outros. A sua crença é a únicalida. O seu modo de ver o
mundo e os homens é o único certo. O seudeus” é o único
verdadeiro. Só o que é bom para ele é bom para a comunidade. Os
que se opõem aos seus desígnios devem ser eliminados pelo bem de
todos. A violência é o seu método de ação, justificado pelo seu valor
pessoal, pela sua capacidade única de julgar. Tece ele mesmo a
trama de fogo do seu futuro nas encarnações dolorosas que terá de
enfrentar.
A Ci vilização do Espírit o: “As exigências da consciência”
Chamamos “Civilização do Espírito” aquela em que os poderes
espirituais regerão a vida social. Para isso é necesrio que a sociedade
seja constituída por “ seres morais”, criaturas formadas nos princípios
da “moral consciencial”. Essa moral corresponde ao que Hubert con-
sidera “as exigências da consciência”. Não se trata, pois, de uma
formulação utópica de sonhadores. Mesmo que o fosse, a definição
da utopia por Karl Mannheim nos socorreria quanto à sua validade.
Se as utopias são como quer Mannheim, percepções antecipadas das
realidades futuras – possibilidade provada pelas pesquisas parapsi-
cológicas – nem assim estaríamos tratando de hipóteses vazias. Mas
quando aludimos à consciência estamos pisando na terra e não
olhando para o céu. A consciência é um dado positivo, uma realidade
antropológica e social que ninguém se atreveria a contestar. Ela rege a
nossa vida, o nosso comportamento nas relações humanas e por isso
se projeta de maneira inegável no plano do sensível.
III - D AS PAIX ÕES
CÓD IGO DE DIREITO NATURAL ESPÍRITA
(Ite ns 9 07 a 9 12 de “O Livro dos Espíritos”)
Uso e Abuso das Paixões: Limites de sua utilidade
Arti go 3 01 – O princípio das paixões, sendo natural, não é mau
em si mesmo. A paixão está no excesso provocado pela vontade,

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